A consciência coletiva é um conceito
desenvolvido pelo sociólogo Émile Durkheim para explicar como os valores,
normas e crenças compartilhados por um grupo social tornam-se parte integrante
da identidade individual dos membros desse grupo. Segundo Durkheim, a
consciência coletiva é um produto da vida em sociedade e é composta pelos
valores, ideias e normas que são comuns a todos os membros de um grupo social.
Na visão de Durkheim, a consciência coletiva é construída a partir de práticas sociais repetidas ao longo do tempo, e é transmitida de geração em geração por meio da socialização. Ela é responsável por moldar as atitudes, crenças e comportamentos individuais, e por garantir a coesão e a estabilidade da sociedade. No entanto, Durkheim também argumentou que a consciência coletiva não é estática e imutável, mas sim dinâmica e em constante evolução. À medida que as sociedades mudam ao longo do tempo, a consciência coletiva também muda, e novos valores e normas são criados para refletir essas mudanças.
A consciência coletiva se manifesta no dia
a dia de diversas maneiras, influenciando nossas atitudes, comportamentos e
escolhas individuais. Como exemplo, tem-se os valores compartilhados, como a
valorização da família, da honestidade, da solidariedade e outros que são
influenciados com base no que é compartilhado pelo grupo social no qual se está
inserido, além disso, também pode haver influência nos comportamentos
coletivos, como as manifestações populares, as comemorações em feriados e outras
ações que são compartilhadas por um grupo social. A consciência coletiva está
presente em diversas áreas de nossa vida cotidiana, influenciando nossas ações,
comportamentos, valores e identidade social.
Segundo Kilomba, a consciência no dia a
dia se manifesta nas formas sutis de opressão que ocorrem em nosso cotidiano,
muitas vezes de forma invisível ou naturalizada. Por exemplo, o racismo, o
sexismo e outras formas de discriminação podem se manifestar em pequenos
gestos, como um comentário ofensivo ou um olhar desdenhoso. É importante
reconhecer e enfrentar essas formas de opressão no dia a dia, a fim de criar
uma consciência crítica que permita transformar as relações sociais.
No filme americano “À Espera de Um
Milagre”, é retratada a história de John, um negro acusado injustamente de ter
violentado sexualmente duas meninas brancas. Por conta do estigma associado aos
negros, John vai para o corredor da morte, com uma investigação negligente.
Paralelamente, é perceptível que da mesma maneira que a opressão aparece de
formas sutis, ela também surge de forma gritante, e muitos abstêm-se de agir e
tentar, de alguma forma, mudar a realidade que está ao seu alcance. John era um
inocente e toda a sociedade acreditou na história de que ele era o culpado por
ser negro, enquanto o verdadeiro algoz estava livre.
Em suma, a consciência coletiva de cada
dia é o conjunto de valores, normas e crenças que são compartilhados por um
grupo social em um determinado momento, e que influenciam a identidade e os
comportamentos individuais dos membros desse grupo. É necessário que ocorra a
descolonização da mente para um processo de tomada de consciência e
transformação.
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