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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Durkheim e seu funcionalismo, exemplo do caso Nazista

            No limiar do século XIX, Émille Durkheim criava a sua visão a respeito das bases epistemológicas da Sociologia, o Funcionalismo. Nesta teoria, ele queria superar a visão comtiana a respeito da Ciências Humanas, no qual ele afirmava que se possuíam muitos vícios metafísicos e os resultados estariam comprometidos pela presença da visão ideológica do pesquisador. A Sociologia deveria ter alicerces, tais como o das ciências naturais, em que tudo fosse muito estável, imutável e preciso.

Assim, Durkheim partia da perspectiva coletiva, da sociedade como um todo, para o vértice individual. Ele postulava que existiram determinados tipos de ações, denominadas por eles fatos sociais, que coagiriam os seres sociais a seguirem uma conduta implícita presente na sociedade. Ademais, esse código de atitudes acaba gerando represálias as pessoas, caso descumprido, em que o próprio grupo segrega um de seus membros por fugir desse “padrão”.

Outrossim, a comunidade acaba também dispondo de uma mentalidade geral das massas, uma vez que o senso comum dos cidadãos acaba sendo aguçado pelo outro pensar semelhante a si. Deste modo, algumas atitudes acabam sendo normalizadas e outras combatidas, um nítido caso disso é o preconceito contra a diferença, em que uma dada característica é utilizada para justificar a discriminação contra um indivíduo. E que, muitas vezes, são reforçados pela estrutura jurídica daquela determinada localidade,

Por este prisma, o filme O Menino do Pijama Listrado acaba demonstrando todo este lado perverso da sociedade de massas, visto que retrata o Totalitarismo Nazista sobre a visão de uma criança inocente, em que as ideias e esse código de valores estão ainda sendo incorporados. De forma sucinta, a obra aborda uma inusitada entre Bruno, filho de um importante oficial alemão e diretor de um campo de concentração, e Shmuel, um garoto judeu.

Ao longo da construção da história, é mencionado toda a mentalidade social da época, no qual era inaceitável uma relação amistosa com os judeus e uma amizade estaria fora de cogitação. Na cena da festa de recepção ao pai de Bruno, Shmuel foi posto como garçom e ele estava com fome, Bruno oferece um pouco de comida a ele, que aceita. Um outro oficial flagra esta cena e Shmuel fala a respeito da amizade de ambos, o qual Bruno desmente, pois isto não era aceito e ele seria mal visto pelo grupo à qual pertence.

O final demonstra que os extremos do julgamento e do ódio podem gerar consequências catastróficas a vida humana, incluindo a morte de inocentes, por não aceitar a diferença.

Portanto, fica constatado que Durkheim tenta provar o seu ponto do poder do grupo sobre o indivíduo, no qual até os próprios preceitos jurídicos são realizados pelo que a sociedade pensa, reforçando a visão hegemônica. Nesse sentido, há uma concessão mutua entre os cidadãos, em que limitar-se-ia os próprios direitos por um bem coletivo. Infelizmente, conforme vimos, isto pode ser desvirtuado para fins diferentes das intenções iniciais.


CARLOS AUGUSTO POLIDORO DA SILVA

1° ANO - DIREITO - MATUTINO


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