Weber
se distancia do pensamento de Durkheim, pois, para este, as ações
dos seres humanos podem ser previstas, visto que não há nelas
individualidade. Essa falta de individualidade, para ele, é
resultado do “fato social”, conceito que designa algo externo ao
indivíduo capaz de forçá-lo a realizar certas escolhas e agir de
determinada forma aceita por seu grupo. Weber não concorda com esse
pensador, pois acredita que os seres humanos são sim dotados de
individualidade ou personalidade e, portanto, suas ações não podem
ser previstas.
Por
exemplo, para Durkheim, nós podemos prever que o Congresso Nacional,
hoje composto por uma maioria conservadora, tomará decisões tidas
como conservadoras. Segundo Weber, é impossível prever quais serão
as decisões tomadas por um grupo, pois os indivíduos que pertencem
a ele possuem uma gama de possibilidades de ações. Desse modo, não
seria estranho se o Congresso acabasse tomando uma decisão liberal,
afinal, é composto por seres humanos e estes podem dar à sua ação
um sentido completamente diferente daquele que esperamos.
A
sociologia de Weber também se distancia do materialismo dialético
de Marx, segundo o qual, mesmo que possam ter vontade de mudança, as
pessoas agem de acordo com o condicionamento da organização da
produção. Para Marx, basta conhecer o cenário das relações de
produção, que será possível determinar as ações dos indivíduos,
seja da classe dominante, ou da dominada. Weber, por sua vez,
acredita que o desenvolvimento das relações sociais está apenas no
campo das probabilidades e o cenário pode apenas nos dar uma ideia
do que acontecerá, mas não determinar as relações entre os
indivíduos. Nesse contexto, relações sociais, para Weber, são
ações sociais, realizadas por atores, que se intercruzam. Quanto
mais moderna uma sociedade, mais complexa é a rede de ações que se
interpenetram, e, portanto, mais complexas são as relações
sociais.
Ante
o exposto, conclui-se que, diferentemente de Durkheim, ou de Marx,
Weber não é determinista. Nada, nem o meio, nem as relações de
produção, nem mesmo a coercitividade da coletividade, é capaz de
determinar a ação de um indivíduo. O sociólogo, portanto, para
Weber, deve se limitar a analisar tal ação e explicá-la, nunca
prevê-la.
Beatriz Mellin Campos Azevedo - 1º ano diurno
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