Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Subjetividade versus Imparcialidade

Um dos autores mais influentes no estudo do capitalismo e da burocracia, Max Weber, considerado o pai da sociologia moderna, buscou, embasando-se em teorias já existentes, complementar o estudo e a eficiência dos métodos de seus antecessores. Sua pretensão é a de desenvolver um método específico para as ciências sociais – o da sociologia compreensiva – e, conferir legitimidade às ciências sociais e elevá-las, diretamente, ao estatuto de ciência.

Foi ele o primeiro a observar uma subjetividade nas ações de cada sujeito, buscando compreender seu sentido, isto é, entender profundamente cada movimento isolado. Para ele, as ciências humanas seriam introspectivas, visto que a prática de uma ação é a reunião de um conjunto de escolhas de valores internos, seguindo, o observador, portanto sua própria consciência. Logo, o sociólogo atribui um aspecto subjetivo do indivíduo como origem da análise.

Para Weber, a ciência só é válida no momento em que o cientista abnega suas concepções pessoais, realizando uma análise precisa sem mediações e ideologias em sua conclusão. Apesar de não acreditar ser possível alcançar o ideal de neutralidade plena dos observadores, defendia a imparcialidade do observador em relação à análise e à conclusão.

Se para Weber a função do cientista é encontrar as causas que determinam as ações sociais, ele acha interessante classificar tais ações em quatro tipos possíveis, sendo divididos em dois racionais - a ação com relação a um objetivo (onde há a escolha dos melhores meios para se realizar um fim;) e ação com relação a um valor (na qual é o valor, seja este ético, religioso, político ou estético que norteia a ação) - e as ações irracionais: ação efetiva ou emocional (em que a conduta é movida por paixões) e ação tradicional (estimulado por hábitos, costumes, crenças).

Segundo Weber:

Um conceito ideal é normalmente uma simplificação e generalização da realidade. Partindo desse modelo, é possível analisar diversos fatos reais como desvios do ideal: Tais construções (...) permitem-nos ver se, em traços particulares ou em seu caráter total, os fenômenos se aproximam de uma de nossas construções, determinar o grau de aproximação do fenômeno histórico e o tipo construído teoricamente. Sob esse aspecto, a construção é simplesmente um recurso técnico que facilita uma disposição e terminologia mais lúcidas. (WEBER, citado por BARBOSA; QUINTANEIRO, 2002: 113).

A crítica de Weber ao determinismo se baseia na ideia de que  há uma incompatibilidade da busca da verdade científica, em ciências sociais, com o sistema de leis que explicam os objetos, dado que este é histórico, mutável, dinâmico e imprevisível. A análise dos objetos deveria ser somente o primeiro passo do caminho à conclusão; seguido de uma análise de combinação de fatores; e posteriormente, as conexões anteriores, ou seja, a compreensão dos fatores que eram uma verdade anteriormente; e o quarto passo, que é a constatação de múltiplas possibilidades das leis para o futuro.

Sua crítica ao materialismo dialético parte da ideia de que, através da visão limitada de Marx, a essência do capitalismo teria origem meramente em um fator econômico, porém que na realidade, ela se basearia também em um elemento cultural.

            Conclui-se que Max Weber, apesar de basear-se em análises de seus cientistas sociais antecessores, foi capaz de construir um raciocínio diverso e inovador, contribuindo de forma relevante para a sociologia moderna.


Ana Luiza Felizardo
1° semestre - Direito Noturno

Nenhum comentário:

Postar um comentário