Um dos
autores mais influentes no estudo do capitalismo e da burocracia, Max Weber, considerado
o pai da sociologia moderna, buscou, embasando-se em teorias já existentes,
complementar o estudo e a eficiência dos métodos de seus antecessores. Sua
pretensão é a de desenvolver um método específico para as ciências sociais – o
da sociologia compreensiva – e, conferir legitimidade às ciências sociais e
elevá-las, diretamente, ao estatuto de ciência.
Foi ele o
primeiro a observar uma subjetividade nas ações de cada sujeito, buscando
compreender seu sentido, isto é, entender profundamente cada movimento isolado.
Para ele, as ciências humanas seriam introspectivas, visto que a prática de uma
ação é a reunião de um conjunto de escolhas de valores internos, seguindo, o
observador, portanto sua própria consciência. Logo, o sociólogo atribui um
aspecto subjetivo do indivíduo como origem da análise.
Para Weber,
a ciência só é válida no momento em que o cientista abnega suas concepções
pessoais, realizando uma análise precisa sem mediações e ideologias em sua
conclusão. Apesar de não acreditar ser possível alcançar o ideal de
neutralidade plena dos observadores, defendia a imparcialidade do observador em
relação à análise e à conclusão.
Se para
Weber a função do cientista é encontrar as causas que determinam as ações
sociais, ele acha interessante classificar tais ações em quatro tipos
possíveis, sendo divididos em dois racionais - a ação com relação a um objetivo
(onde há a escolha dos melhores meios para se realizar um fim;) e ação com
relação a um valor (na qual é o
valor, seja este ético, religioso, político ou estético que norteia a ação) - e
as ações irracionais: ação efetiva ou emocional (em que a conduta é movida por
paixões) e ação tradicional (estimulado por hábitos, costumes, crenças).
Segundo Weber:
Um conceito ideal é normalmente uma
simplificação e generalização da realidade. Partindo desse modelo, é
possível analisar diversos fatos reais como desvios do ideal: Tais construções
(...) permitem-nos ver se, em traços particulares ou em seu caráter total, os
fenômenos se aproximam de uma de nossas construções, determinar o grau de
aproximação do fenômeno histórico e o tipo construído teoricamente. Sob esse
aspecto, a construção é simplesmente um recurso técnico que facilita uma
disposição e terminologia mais lúcidas. (WEBER,
citado por BARBOSA; QUINTANEIRO, 2002: 113).
A crítica
de Weber ao determinismo se baseia na ideia de que há uma incompatibilidade da busca da verdade científica, em
ciências sociais, com o sistema de leis que explicam os objetos, dado que este
é histórico, mutável, dinâmico e imprevisível. A análise dos objetos deveria
ser somente o primeiro passo do caminho à conclusão; seguido de uma análise de
combinação de fatores; e posteriormente, as conexões anteriores, ou seja, a
compreensão dos fatores que eram uma verdade anteriormente; e o quarto passo,
que é a constatação de múltiplas possibilidades
das leis para o futuro.
Sua
crítica ao materialismo dialético parte da ideia de que, através da visão
limitada de Marx, a essência do capitalismo teria origem meramente em
um fator econômico, porém que na realidade, ela se basearia também em um
elemento cultural.
Conclui-se
que Max Weber, apesar de basear-se em análises de seus cientistas sociais
antecessores, foi capaz de construir um raciocínio diverso e inovador,
contribuindo de forma relevante para a sociologia moderna.
Ana Luiza Felizardo
1° semestre - Direito Noturno
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