Max Weber, sociólogo alemão, analisou a sociedade a partir da ação social, dividida por ele em: racional em relação a fins, racional em relação a valores, emotiva e tradicional. Capazes de identificar e caracterizar os indivíduos, essas ações são responsáveis para o entendimento da sociologia compreensiva. Ao considerar que qualquer indivíduo dispõe de um conjunto de características peculiares, o alemão foge de receitas práticas dadas por outros estudiosos como Marx e Engels, uma vez que defende a individualidade do ser como ponto de partida para o posterior entendimento do coletivo.
Posto isso, percebe-se, hodiernamente, um tema muito em voga e sempre existente na sociedade: os estereótipos. O conceito encaixa-se na sociologia weberiana por tratar-se de generalizações feitas muitas vezes cheias de preconceitos ao padronizar o comportamento do indivíduo. Este junta-se a outros tantos, sendo tratados com uma mesma perspectiva de análise, percebida primeiramente pelo valor coletivo, contraria o engendramento de ações sociais individuais propostas por sua ciência da realidade. Assim, a análise aprofundada do indivíduo é de extrema importância, uma vez que Weber considera-o como agente da mudança social.
Desse modo, quando desconsidera-se a individualidade, há o início do preconceito e por isso, a fim de exterminar esses julgamentos concebidos de maneira geral, deve-se entender o indivíduo como único, dotado de paixões, tradições, objetivos e valores próprios. Ao falar e tratar todo favelado como ladrão, homem que chora como homossexual e muçulmanos como terroristas, contribui-se cada vez mais para que novos preconceitos sejam inseridos no âmbito social, gerando conflitos de gêneros, étnicos e religiosos.
Por fim, conclui-se que por meio do "tipo ideal" - tratado como parâmetro para as diversas possibilidades tidas no mundo real - chega-se a verdade científica, sendo a comparação entre os fatos postos e essa idealização como fator determinante. Tal conclusão evidencia que as generalizações só valem na teoria, sendo impossível levá-las para a realidade, já que esta sujeita-se a uma rede indefinida e inconstante de relações sociais específicas.
Assim, o maior ensinamento sociológico empreendido por Weber talvez possa ser sintetizado pelo professor da Universidade de Coimbra, Boaventura de Sousa Santos (2003, p. 56):
Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades.
Leonardo Borges Ferreira - 1º Ano - Direito Noturno
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