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segunda-feira, 15 de abril de 2013

                                                     (Décio Pignatare)


 “Abra a felicidade” e “coma um Mc Lanche Feliz”, dizem as propagandas das duas gigantes Coca Cola e Mc Donald’s, que carregam em si um imenso teor coercitivo, não só pelos evidentes verbos no imperativo, típico de ordem, mas, também, pela fama das duas marcas. Além da “esperança de felicidade” em se consumir esses produtos, há a esperança de pertencer. Pertencer à fluida sociedade de consumo, por usufruir do prazer de comprar aquilo que, exaustivamente, vemos nos meios de comunicação de massa e no corriqueiro boca a boca.
 Esse é um exemplo bastante simples do fato social de Émile Durkheim, que é, sem exagero, inerente a nossas vidas. Moral, costumes e até o próprio Direito são outros exemplos para esse fato.
 Ao ler o trabalho de Durkheim, nos surgem questões como: por que me comporto de tal forma? Será que ela foi desenvolvida por mim, ou fui coagido a usá-la? Infelizmente, ou não, a reposta parece ser uma só: fui coagido. Ou para usar um termo mais palatável, fui educado dessa forma.
 Confesso uma certa crise existencial. É triste saber que visto o que visto por uma vontade alheia a mim, e, talvez pior, que creio no que creio, por opiniões e discursos que não são meus.
 Mas, vivamos ao menos um alento, encontrado nesta frase brilhante de Jean-Paul Sartre: “Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim”.

                                          Marcus Vinícius de Faria, Direito-Noturno.

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