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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Ressalva à Psicologia ou mero método objetivo?


  De antemão, Émile Durkheim inicia sua obra, As Regras do Método Sociológico, explicitando a relevância e a aplicabilidade de se conceituar um fato social. Por meio nesse, o fato social não é pura e simplesmente qualquer ação humana, visto que a especificidade do estudo sociológico não teria sentido nem proposição objetiva, e sim o fato social é, sobretudo, caracterizado pelos papeis sócias, relações sociais suas influências e motivações.
  Ademais, Durkheim ao intitular o fato social como objeto científico de seu estudo, afastando-o, portanto, do máximo de interferências emocionais, propõe não somente legitimar a sociologia como ciência, mas também obter por meio de tal método sociológico interpretações da realidade social. Um exemplo prático, de como se apresenta a relação dos fatos sociais e os indivíduos inseridos numa sociedade, pode-se citar um simples nascimento de um bebê. Ao nascer o indivíduo está supostamente desvinculado de qualquer valor. Ao longo do seu desenvolvimento, por meio do ganho de consciência, obtêm discernimento acerca dos aspectos envolvem sua vida e guiar-se-á dentro da sociedade. A ressalva feita por Durkheim encontra-se exatamente na questão de que o indivíduo apesar de ao nascer, mesmo não tenho discernindo acerca dos aspectos que a envolvem naquele momento, já encontra tudo pronto e de certa forma importo. O bebê não irá escolher os padrões nos quais será criado, pois ao contatar-se com os primeiros ares externos a sua mãe já é faz parte automaticamente de sistema político, de um tipo de regimento social, religioso e assim sucessivamente.
  Em suma, o fato social é estritamente coercitivo a partir na ideia de que as escolhas e as ações humanas não são totalmente livres e implica um valor, uma moral, um ideal prévio. Por conseguinte, a sociedade é externa ao indivíduo, ou seja, as atitudes e conflitos individuais possuem influência e até mesmo origem nos caracteres vigentes da sociedade na qual se encontra.
Expostos os pilares do método durkheimiano, é possível destacar a divergência para coma Psicologia uma vez que não é aplicável, segundo Durkheim, analisar fatos sociais, como o suicídio, a partir dos fatores internos, pessoais, subjetivos, e até mesmo do inconsciente de um indivíduo. E sim olhar a conjectura, na qual o indivíduo se insere, sua esfera social, seu grupo. É dessa forma que Durkheim divide, por exemplo, o suicídio em três tipos, cada um de acordo com determinada motivação da sociedade, são esses: o altruísta o egoísta e a anômico (Durkheim, O Suicídio). Embora haja diversas críticas que possam ser tecidas a tal visão pautada da exterioridade ao indivíduo, o questionamento não se esvai.     Essa maneira de enxergar os problemas individuais faz ressalvas a um possível estudo psicanalítico ou foi apenas um método objetivo de estudo da sociedade?

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