De antemão, Émile
Durkheim inicia sua obra, As Regras do
Método Sociológico, explicitando a relevância e a aplicabilidade de se
conceituar um fato social. Por meio nesse, o fato social não é pura e
simplesmente qualquer ação humana, visto que a especificidade do estudo
sociológico não teria sentido nem proposição objetiva, e sim o fato social é, sobretudo,
caracterizado pelos papeis sócias, relações sociais suas influências e
motivações.
Ademais, Durkheim ao
intitular o fato social como objeto científico de seu estudo, afastando-o,
portanto, do máximo de interferências emocionais, propõe não somente legitimar a
sociologia como ciência, mas também obter por meio de tal método sociológico
interpretações da realidade social. Um exemplo prático, de como se apresenta a
relação dos fatos sociais e os indivíduos inseridos numa sociedade, pode-se
citar um simples nascimento de um bebê. Ao nascer o indivíduo está supostamente
desvinculado de qualquer valor. Ao longo do seu desenvolvimento, por meio do
ganho de consciência, obtêm discernimento acerca dos aspectos envolvem sua vida
e guiar-se-á dentro da sociedade. A ressalva feita por Durkheim encontra-se exatamente
na questão de que o indivíduo apesar de ao nascer, mesmo não tenho discernindo
acerca dos aspectos que a envolvem naquele momento, já encontra tudo pronto e
de certa forma importo. O bebê não irá escolher os padrões nos quais será
criado, pois ao contatar-se com os primeiros ares externos a sua mãe já é faz
parte automaticamente de sistema político, de um tipo de regimento social,
religioso e assim sucessivamente.
Em suma, o fato social
é estritamente coercitivo a partir na ideia de que as escolhas e as ações humanas
não são totalmente livres e implica um valor, uma moral, um ideal prévio. Por
conseguinte, a sociedade é externa ao indivíduo, ou seja, as atitudes e
conflitos individuais possuem influência e até mesmo origem nos caracteres
vigentes da sociedade na qual se encontra.
Expostos os pilares do
método durkheimiano, é possível destacar a divergência para coma Psicologia uma
vez que não é aplicável, segundo Durkheim, analisar fatos sociais, como o
suicídio, a partir dos fatores internos, pessoais, subjetivos, e até mesmo do
inconsciente de um indivíduo. E sim olhar a conjectura, na qual o indivíduo se
insere, sua esfera social, seu grupo. É dessa forma que Durkheim divide, por
exemplo, o suicídio em três tipos, cada um de acordo com determinada motivação
da sociedade, são esses: o altruísta o egoísta e a anômico (Durkheim, O Suicídio). Embora haja diversas críticas que possam ser
tecidas a tal visão pautada da exterioridade ao indivíduo, o questionamento não
se esvai. Essa maneira de enxergar os problemas individuais faz ressalvas a um
possível estudo psicanalítico ou foi apenas um método objetivo de estudo da sociedade?
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