Em seu livro "A Trégua", Primo Levi, sobrevivente dos campos de concentração nazistas, afirma que, quando se pensa em sociedade, é impossível não imaginá-la perfeita. Por esse mesmo pressuposto, herdamos análises sociais que, não raramente, formam utopias. Nesse contexto, encaixa-se a Ordem comtiana presente em "Curso de Filosofia Positivista" que condiciona o Progresso à sua manutenção. Embora o método de Comte apresenta-se como empírico, sua Ordem possui caráter utópico, uma vez que enumera condições para sua existência e estas contrastam com a realidade.
Para Durkheim, Comte inverte o caminho da observação sociológica, pois parte do ideal ao real; para ele, a sociedade não deve adequar-se a um modelo pré-estabelecido (idealista), mas ser vista por sua realidade. A imparcialidade, a ausência de juízo de valor são fatores necessários à compreensão da sociedade. Depara-se então com o embate de Comte (pai do Posotivismo) e Durkheim (que se declara Positivista, mas não como Comte).
Durkheim defende a sociologia da realidade, fato este que torna sua visão positiva mais estável e menos conflitante. Para desvincular-se do idealismo, disse que "fatos sociais são coisas"; afirmação divisora de pensamentos que garante, plausivamente, a vitória a Durkheim.
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