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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O que vale para um DEVE valer para todos

A divergência de opniões, de classes e de valores é comum no capitalismo.Para manter a ordem e a coesão social é necessário um discurso segundo o qual o que vale para um deve valer para todos.Este princípio 'mínimo' é um dos pilares de um conjunto de normas, leis e regras muito maior chamado Direito.

O Direito possui diversos conceitos, mas vamos partir do princípio de Protágoras, segundo o qual ' a verdade não passa de uma convenção entre os homens'.Isto é, vamos partir do princípio de que o Direito é relativo.Sendo este relativo, quase tudo que a ele se associa também o é, como a justiça.

A definição de justiça é subjetiva, ou seja, flexível de acordo com a circunstância em que o indivíduo se encontra.A Pena de Morte, é um bom exemplo, porque alguém é contra ou a favor, de acordo com os valores conseguidos e adquiridos ou, pela própria experiência.Se a mãe de um indivíduo for condenada à Pena de Morte, este será, obviamente, contra, mas, se o assassino da mãe do mesmo indivíduo for condenado à Pena de Morte, o filho será a favor. Sendo assim, se a justiça é relativa, consensual, lei alguma pode valer no mesmo peso e na mesma medida para todos os segmentos sociais.Para isso, discursos ideológicos são impostos, principalmente, através da lei escrita para que haja o mínimo de justiça ou para que haja o menos injusto.

É o que tenta mostrar o filme Código de Conduta.Nele um indivíduo, que perde a filha e a esposa brutalmente assassinadas, tenta mostrar para o promotor de seu caso ou fazê-lo perceber, através do assassinato dos assassinos( de sua filha e de sua mulher), do advogado de defesa, da juíza e de outros componentes do caso, que por trás do sistema há um jogo de poderes e de interesse cujo objetivo principal é valer mais e mais perante a sociedade. Além disso, ele questiona( o pai de família ) o conceito de justiça, o que é justo e o que é injusto.

Logo, o direito deve procurar valer não só para dominantes e não só para dominados, mas sim, para dominantes e dominados.Mesmo que isso não ocorra é válida a tentativa, exemplo de outra proposta do filme em que Clyde( o pai de família ) questiona Nick( o promotor ) por que ele não tentou o julgamento dos assassinos em vez de ter feito o acordo direto com o advogado dos réus? Mesmo se Nick perdesse ele sairia, de acordo com Clyde, de cabeça erguida do tribunal por ter ido até o fim pela busca de justiça, mesmo não havendo provas conclusivas sobre o caso.

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