Para aquele que se vê como vítima sempre há a expectativa de que se aplique a primeira das observações, ou seja, que o direito "faça justiça", no então, é justo por tal assertiva que não se entrega às vitimas o poder de julgar seus algozes. Aquele que uma vez teve seu sangue derramado não se vê livre do sentimento de injustiça para com ele a menos que possa ver o sangue de outro também ser derramado.
Eis algo que nos remete ao velho ditado que diz : "nos sentimos melhor quando encontramos alguém em quem por a culpa por nossos problemas". Sem duvida, para um leigo, não importa a gravidade do crime, nem o quanto o crime afeta a sociedade, muito menos quem realmente cometeu o crime, pois a este apenas interessa que alguém pague, e caro, pelo crime. Já ao jurista, operador do direito, não se faz permitido tal disparate, uma vez que é sua função manter bem regulada e nutrida de equidade a sociedade.
O direito não é um brinquedo para ser entregue às mãos de uma criança injuriada que só pensa em vingança, ele deve regular e sancionar na mais pura medida da razoabilidade. Seu dever não é com o indivíduo, mas sim com a sociedade como corpo uno cujas únicas vontades são o equilíbrio e o desenvolvimento, por tanto, deve ele dar a a todos a medida racionalmente aceitável de justiça e jamais se deixar guiar pelos, sedentos de sangue, clamores das ruas.
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