“Bomba! Doria acordou moradores de rua com jatos de
água “, “Governo Temer vai bloquear dinheiro de contas bancárias da caixa, antes
de ser tirado do poder”, “Vacina da febre amarela é fatal”, esses são exemplos
de notícias que circulam pela rede mundial de computadores, mais conhecidas
como “fake News” ou “notícias falsas”,
sendo disseminadas rapidamente e causando impactos na sociedade e em regimes
políticos.
Diante do exposto no tratado “Discurso do Método”
elaborado por René Descartes vê-se que todos os indivíduos possuem a mesma
capacidade de discernir o verdadeiro e o falso, tendo opiniões divergentes por
seguirem caminhos diferentes, porém tal capacidade, na contemporaneidade, não é
utilizada de forma efetiva. Tal fator é decorrente de diversos motivos, dentre
eles tem-se a cegueira proposital ou não das pessoas diante de alguns assuntos,
de forma a proteger o seu pensamento ou por simples questão de tentativa de
enganar outrem.
No mais, na obra “Novum Organum”, Francis Bacon realiza
uma crítica quanto aos que se dizem empíricos, pois esses na verdade utilizam
mais a dedução e superstição do que a empiria. Nesse panorama, a elaboração de
notícias falsas pode ser dada como fruto dessas que não se apoiam na observação
dos fatos ou em experiências vividas, comprometendo o conteúdo e a absorção de
conhecimento pelos indivíduos.
A clareza sobre determinado assunto é essencial para
evitar a propagação das notícias falsas, evitando a pressa nas reflexões
cotidianas, e complementando os deveres com o que Descartes diz: “(...) efetuar
em toda parte relações metódicas tão completas e revisões tão gerais nas quais
eu tivesse a certeza de nada omitir.”.
Marco Antonio Cid Monteiro da Silva – DIREITO - NOTURNO
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