A ciência, grande propulsora do conhecimento racionalizado,
é de dificultosa descrição, pois seus objetivos e surgimentos possuem
diferentes raízes. Tendo como caráter de transformação do mundo, a ciência traz
consigo a especulação, a investigação, a experimentação e a comprovação de
fatores sociais e naturais por meio da racionalização lógica do pensamento
humano.
A capacidade racional se tornou mercadoria no mundo atual,
dado o modo de produção capitalista, em que é requisito mínimo para ser um bom cidadão
cooperador do sistema, ter um conhecimento empírico e acadêmico razoável. Há
grande e recorrente discussão sobre a absorção de tal conhecimento: é possível construir
uma estrutura racional a partir somente do senso comum? É pertinente dizer que
o conhecimento é impossível aos indivíduos que não possuem acesso à educação básica
teórica traduzida nas escolas das comunidades atuais?
Como diz o artista nacional Criolo em uma de suas canções: “Cada
maloqueiro tem um saber empírico “, o que procede por: “Respeitar nossos
princípios, tem mais Deus pra dar que cês tudo num penico”. As frases exprimem o
desejo de uma classe que procura uma visão social e a revolta de não possuir o
alcance das grandes oportunidades e dos grandes reconhecimentos obtidos por
diversos indivíduos imorais da sociedade, que se encontram em uma classe dita como
“superior”. O discernimento adquirido pelos integrantes da “ralé” se baseia nas
experiências cotidianas, no que visualizam e vivem todos os dias. O
conhecimento do dia-a-dia, do sociável, do palpável, do investigável, do
visível é algo a ser afirmado.
É possível concluir que, mesmo encontrando-se distantes das
informações científicas e globais, os que não têm um conhecimento acadêmico elevado
possuem sim um sentimento de crítica e uma erudição social grandiosa, muitas
vezes maior que daqueles que estudam, vivem o mundo, mas não o observam. O nível de cidadania não deve ser contemplado pelo saber escolar. O
conhecimento transcende as limitações de linhas, algoritmos, páginas,
expressões e linguagens.
Izadora Barboza Maia - 1º ano Direito/ Noturno
Izadora Barboza Maia - 1º ano Direito/ Noturno
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