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domingo, 6 de agosto de 2017

Um século sofisticado


O século XXI não poderia receber melhor característica - A era da Informação. Vive-se bombardeado de notícias, fatos, acontecimentos e novidades a todo momento e em tempo real, um contingente tão vasto de informações que, só se resta uma única dúvida - o que fazer com elas
Dúvida, por certo o método mais eficaz de Descartes, que nos orientou a questionarmos absolutamente tudo o que somos capazes de ver, ouvir e sentir, nos ensinou a usá-la com sabedoria e atrelada á razão para que cheguemos um pouco perto da verdade. Entretanto, é o interesse que gera vários tipos de dúvidas. Veja, o interesse do filósofo situava-se nas redondezas de campos extensos e profundos do conhecimento, o que certamente norteava seus pensamentos para filtrar tudo o que absorvia, semelhante á lapidação de um diamante - eis a busca da verdade. Em tempos hodiernos, qual é o interesse dessa geração massificada e inerte? Estamos inseridos em tempos em que o saber foi deixado para segundo plano - é apenas um diferencial numa entrevista de emprego, um massageio do ego de quem o domina numa conversa informal ou algo momentâneo para conquistar outro algo. Quais são as dúvidas que nos rodeiam agora? Num século em que precisaríamos reagir ao bombardeio de informações com um sem número de questionamentos, a fim de conhecermos o que há de verídico na informação, apenas paramos e assistimos tudo acontecer embaixo do nosso nariz. E pior, ainda repassamos o que ouvimos e lemos sem nos preocuparmos um mínimo aceitável se o que está adiante condiz com o real. As nossas dúvidas são escassas, raras e, por isso, preciosas.  A insistência em práticas errôneas de uma conquista de conhecimento, atualmente, revelam a indigência que permeia na mente humana. 
Gostamos do que é sofisticado. Nesse aspecto, não cabe  só o entusiasmo de coisas materiais, mas também de moral. Sofista é um termo utilizado na Grécia Antiga para designar todos aqueles que saiam por aí questionando as pessoas sobre determinados assuntos e induzindo-as ao erro por meio de suas perguntas. Vivemos mergulhados em sofismos. A nossa realidade é tão adornada, as mentiras são tão bem inseridas e mascaradas pela quantidade de informação, que tudo parece ... verdade. Tudo se torna sofisticado. De maneira análoga e mais palpável - Uma bolsa extremamente cara, que chamaríamos de sofisticada, assim o é por alguns motivos: a marca que ela carrega e os adornos e ornamentos que ela recebe, que saltam aos nossos olhos como muitos enfeites (o excesso de informação) e que nos induz ao erro de acharmos que ela realmente vale tudo isso. Mas a sua essência é de ser apenas uma bolsa. Pagamos o preço pela sofisticação que ela representa e não pelo o que ela é em si. Isso vai contra os ensinamentos de Bacon, no método a cura da mente humana. Nele, o pensador diz que a observação deve chegar primeiro que a mente (e junto dela suas paixões e vontades).
A busca pela verdade deve ser incessante, apaixonante e incorruptível.


Ana Carolina Ribeiro - 1 ano de Direito - DIURNO

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