A partir da concepção de Bacon a cerca da razão, entendemos que sua extensão é demasiadamente perigosa, por não englobar uma metodologia e ser influenciada pelos ídolos. Assim, numa visão contemporânea da perspectiva do filósofo, os dispositivos sociais, como propagandas, internet e mídia, hoje funcionam como os ídolos os quais manipulam a razão humana. Ainda, hodiernamente, os ídolos podem ganhar um significado que ultrapassa a concretude ao atuar num campo psicológico, isto é, a própria irracionalidade, proveniente do ego, é análoga à concepção dos ídolos da tribo.
Desse modo, é notória a semelhança da limitação do intelecto humano, proposto por Bacon, com a própria Psicologia, subsequente, e a atualidade de seu pensamento a cerca da manipulação, que, na verdade, deveria ser entendida como um fenômeno universal.
Nesse sentido, a manipulação ideológica sempre existiu, em todos os tempos e épocas, mas com destaque para o ocorrido nos regimes totalitários, haja vista que a atuação dos ídolos do forum foi intensa a ponto de fabricar uma nova realidade, como defendeu Hannah Arendt na obra "As Origens do Totalitarismo".
Esse deve ser o maior exemplo da extensão e perigo da utilização do ídolo que consagra a palavra. No entanto, o Totalitarismo, converge, ainda, com outras questões propostas por Bacon, sendo estas o embate entre a antecipação da ciência e sua interpretação.
Isso é visível a partir do momento em que se entende as principais ideologias do regime Totalitário, as quais buscaram responder a duvida universal do ser humano de quem detém o poder. Tanto o nazismo, como o socialismo russo responderam essa questão utilizando da antecipação da ciência, isto é, com justificativas tecnicamente racionais, mas manipuladas, e que não refletiam a realidade, mas uma fantasia, alimentando, pois, o desejo superficial de respostas do intelecto humano.
Em suma, Francis Bacon possui em sua filosofia uma concepção que antes se ser atual é universal, ao tratar da manipulação da razão humana. No entanto, apesar de universal, a questão teve seu ápice nos regimes Totalitários, por expressar não apenas uma manipulação, mas a invenção de uma realidade fantasiosa, ou seja, uma falsa ciência.
Maria Júlia Paschoal Minto
1º ano- Diurno
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