O filme Ponto de mutação (baseado no livro de Fritjof Capra,
publicado em 1983) tem sua história ambientada em um castelo medieval onde três
pessoas, aparentemente muito diferentes entre si (uma cientista, um político e
um poeta), passam seu tempo refletindo sobre paradigmas clássicos modernos.
O combate à uma visão cartesiana e cientificista (como a de
Descartes e Francis Bacon) do mundo e seus problemas é tema central do longa-metragem;
ao decorrer da trama, a discussão sobre uma forma holística (ou sistêmica) de
se encarar os fatos é bem trabalhada através de exemplos de problemáticas atuais,
como a questão da medicina moderna em
conjunto à ecologia e educação alimentar.
John Donne, citado no filme, em uma das suas meditações
disse: " Nenhum homem é uma ilha isolada (...)", ou seja, estamos
conectados. Não só a pessoas, mas à sistemas e situações, e é disso que o holismo
trata: interdependência entre as coisas. Na resolução de uma problemática, uma
visão que abranja não só o objeto do problema, mas também suas conexões, pode
trazer resoluções mais práticas e inteligentes do que caso fosse avaliada
parcialmente.
O filme sugere a aplicação dessa visão no ambiente político,
e em meio a nossa crise política atual, é mais do que necessário para que possamos
compreender o porquê da situação e sua possível solução. Não é possível
despregar do problema político a parte social, econômica e até mesma histórica,
devido às influências que uma possui sobre a outra. Essa interdependência faz
com que o problema não esteja só no campo político, sendo assim necessário o
trabalho, fiscalização e pesquisa em cima de todas as outras áreas, um trabalho
mais denso, porém muito mais satisfatório do que está ocorrendo atualmente.
Ana Carolina Gracio de Oliveira - Direito diurno - 1º ano
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