O filme "O Ponto de Mutação" gira em torno de discussões entre
um politico, uma cientista e um escritor, os quais contestam sobre assuntos
relacionados, principalmente, à década de 90 (período sobre o qual o filme
ocorre).
A trama nos faz abrir nossa visão sobre o mundo,
especialmente pela forma de pensar da cientista Sonia, a qual possui um
pensamento que se contrapõe muito, principalmente, ao do politico. Ela,
buscando apoiar-se em ideias que defendem a tese de que os problemas devem ser
analisados em conjunto, em grandes partes, tanto que, num trecho do filme, ela
diz, após apresentar vários argumentos: “Como vê, não pode olhar em separado os
problemas globais”; enquanto isso, ele defende a ideia de que se deve analisar cada
caso em pequenas partes, para depois entender o conjunto completo.
Sonia, além de contrastar com as ideias do politico,
contrasta também, por exemplo, com Descartes, o qual defendia um pensamento mecanicista,
sendo seu “método cartesiano”, de acordo com a visão dela, uma teoria
ultrapassada que não deveria mais ser utilizada na atualidade, a qual
acobertava a ideia do politico de que os elementos estudados devem ser
repartidos em partes para que seja possível uma melhor compreensão sobre tais
elementos em conjunto. Além disso, vale lembrar de que, para Sonia, essas
ideias cartesianas trazem malefícios para a sociedade.
Um dos argumentos utilizados pela cientista que contrapõe a
tal teoria de Descartes e as ideias defendidas pelo politico é quando ela diz
“[...] O Brasil, por exemplo, sabia que lá eles destroem a floresta Amazônica a
razão de um campo de futebol por segundo? [...] Por quê? Tentam pagar a divida
nacional com o gado e as terras. Nem tem tempo para vender a madeira! Põem fogo
na floresta! E o desmatamento é uma das causas principais do efeito estufa na
atmosfera [...] Como vê, não pode olhar em separado os problemas globais [...]
Claro que pode consertar uma peça, mas ela vai quebrar de novo em um segundo,
porque ignorou o que se conecta a ela. Precisamos mudar tudo de uma vez, ao
mesmo tempo”.
Assim, tal pensamento mecanicista fez com que os seres
humanos se tornassem cada vez mais individualistas, tratando cada assunto separadamente,
fazendo com que cada país ou continente acreditasse poder tratar seus assuntos/problemas
isolados do restante do mundo, dificultando e/ou impossibilitando o encontro de
uma real solução. Desta maneira, com o pensamento de Sonia, trazendo suas reflexões
para os dias atuais, poderíamos excluir essa individualidade pela coletividade
e, com certeza, os nossos problemas seriam reduzidos em grande escala.
Gabriel Ferreira dos Santos - 1° ano direito (noturno)
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