Uma reflexão acerca dos
temas apresentados no filme “Ponto de Mutação” pode parecer um pleonasmo a
princípio, posto que os personagens a fizeram no decorrer da narrativa.
Entretanto, refletir nunca é demais.
A crítica direciona-se
às perspectivas, aos pontos de vista dos habitantes deste mundo hodierno. O
método cartesiano já não é suficiente para resolver os entraves do cotidiano, o
“relógio” precisa ser repensado para encerrarmos este ciclo vicioso. Aceitar
que vivemos numa interdependência com tudo e todos é um bom jeito de
experimentar outra teoria: a dos sistemas vivos. Nela, a organização é
responsável pelo bom funcionamento das coisas, deixando tudo em equilíbrio para
que as novas gerações também possam usufruir deste ambiente de maneira
sustentável.
Quando a relação entre
o homem e a mulher entrou em desequilíbrio, aquele começou a explorar a
natureza de tal forma que ela respondeu com a escassez de seus recursos, novas
doenças e tudo mais. Isso prova que, por mais que tente, ele não está apto para
isolar-se; sua existência é integrante de algo maior.
O contato com Sonia, a
cientista, engrandece o repertório cultural de Thomas e Jack (o poeta e o
político, respectivamente), mas suas ideias parecem um tanto contraditórias em
face de suas decisões. Ao mesmo tempo em que ela defende a interdependência,
seu relacionamento com a filha deixa a desejar; a atitude de migrar para uma
ilha também, na medida em que seus pensamentos não chegam além das fronteiras.
Em síntese, a obra nos
incita a buscar mais fundo a raiz dos problemas, sem esquecer-se de conectá-la
às outras peças do quebra-cabeça. Afinal, a essência da vida é a
auto-organização.
Letícia Felix Rafael, 1º ano - Direito (noturno)
Nenhum comentário:
Postar um comentário