Envoltos pelo pragmatismo que rodeia nossa sociedade, vivemos hoje todos guiados por ordens diretas e objetivas, funcionando precisa e mecanicamente como máquinas. Consequentemente, vivemos cerceados pelas limitações de tal comportamento. Perdemos a capacidade de resolver desafios como um todo, acostumados a analisar os fatos separadamente e então solucionando um por um (tal como sugere Descartes), esperamos que nossos problemas então tenham sido resolvidos.
No filme "Ponto de mutação", pode-se perceber forte crítica no que se refere aos conceitos cartesianos citados no parágrafo anterior. Numa conversa a princípio inusitada, mas ao passar do tempo interessante, três pessoas (um político, uma cientista e um escritor) as quais tem pensamentos distintos, refletem sobre diferentes perspectivas de mundo. Bem convicta do que diz, um foco interessante se dá a cientista que põe em pauta problemas como a super-população, as condições as quais se submeterão as gerações futuras, a fome que alastra o mundo e muitos outros. Ela afirma que hoje, as visões de mundo se fazem muito individualistas sendo necessárias mudanças na forma de o ser humano pensar de modo que se pense no planeta como um todo. Assim, em oposição ao pensamento cartesiano, a cientista propõe o "Pensamento ecológico" para o desenvolvimento de uma condição de perpetuidade e oportunidades para o futuro, trazendo uma proposta sustentável e solidária.
Por mais que o político, de visão tradicional e individualista, tente argumentar contra a cientista, fica cada vez mais evidente a afirmação da física: a de que os políticos (representando a humanidade, como um todo) ainda pensam mecanicamente, tal como relógios antigos. E, nesse quesito, falham. Falham por que não se pode tratar problemas na economia, política, sociedade e em muitos outros âmbitos como peças isoladas. Falham por não pensar nas conexões. Falham por, uma vez sendo individualistas, não enxergar como todos esses fatores estão interligados. Falham por, analogamente a um quebra cabeça, tentar ver a solução absoluta dos problemas numa só peça, enquanto esta apenas aparecerá quando as partes que a compõe, forem encaixadas e interligadas.
Sophia Re - 1° Ano Direito Diurno
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