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segunda-feira, 19 de maio de 2014

SOBRE LINCHADORES E LINCHADOS

O Brasil vem presenciando atualmente uma série de eventos que provocam "distúrbios na ordem social". Desde as manifestações de Junho de 2013, vê-se que o espírito do povo brasileiro ganhou um pouco de inspiração e resolveu mudar; não se sabe se houve melhoras ou se isso é apenas um sinal de que o Brasil está afundando cada vez mais em um poço de anomia social, mais é evidente que muito mudou ultimamente. Os aumentos de protestos e demandas populares são apenas uns dos vários exemplos.
O fato social, principal objeto de análise do pensamento do sociólogo francês Émile Durkheim, é capaz de explicar os fenômenos sociais dos dias de hoje tão bem quanto explicava os do tempo em de Durkheim. Segundo essa ideia, os indivíduos que compõe a sociedade são meros peões diante dos fatos sociais, que influenciam seus pensamentos, e consequentemente, suas ações. Todos, por bem ou por mal, são reféns do fato social.
Era esperado que mais cedo ou mais tarde a situação acabasse saindo de controle. Foi o que ocorreu recentemente, onde uma mulher inocente foi morta durante um linchamento. Os linchamentos ocorridos nos últimos meses não são nada mais que frutos de erros cometidos no passado.  Os linchadores são vítimas tanto quanto os linchados o são, óbvio que em diferente grau e também em outros aspectos. Observa-se que este fenômeno restringe-se apenas à camada mais miserável (não apenas em relação à renda, mas também miseráveis em cultura e educação) da sociedade, pois apenas eles possuem motivos para realizar tais atos que, apesar de serem entendidos como algo natural e compreensível pela óptica durkheimniana, não deixa de ser algo absurdamente atroz.

Pedro Neves da Cruz Júnior
Direito - Noturno - Semestre 1

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