Classificação
Durkheim,
grande sociólogo francês do século XIX, introduziu,
além da questão do fato social, um outro grande conceito: anomia. Anomia pode
ser entendida como a perda da efetividade das normas vigentes em determinada
sociedade, o que a bem da verdade implica no desmoronamento do conjunto de valores
vigentes. O estado de anomia, para
Durkheim, se funda devido ao grande desenvolvimento econômico, o qual acaba por
levar a sociedade a mudanças sociais
muito profundas.
Os
linchamentos que vem ocorrendo no Brasil, ao meu ver, nada conjuminam com o
conceito de anomia. Genericamente, os linchadores são pessoas de classes
sociais menos abastadas, os quais praticam o ato de linchar movidos pelo ímpeto
de justiça, ou movidos pelas paixões intrínsecas ao homem. Por serem
acontecimentos recorrentes nas mais diversas sociedades, os linchamentos são,
por essência, fatos sociais.
No
entanto, quando esses linchamentos começam a tomar proporções grandes, ou seja,
começam a sair do controle, o fato social passa a ser patológico, o qual deve
ser entendido como ameaça a ordem vigente. No caso do Brasil, não vejo toxidade
exacerbada, ou recorrência insistente a ponto de poder classificar o que ocorre
aqui como fato social patológico. (ponha-se claro, porém, o espírito do
parágrafo, o qual trata apenas de uma mera classificação aos moldes de
Durkheim.)
Mesmo
o fato social sendo algo intrínseco, considero importante o combate, nesse caso
(linchamentos). A justiça, mesmo com seus defeitos clássicos, como a
morosidade, está aí e precisa ser reconhecida como tal, para que a sociedade
deixe de lado a “barbarie” e assuma de vez o caráter civilizado e racional que há
muito almeja.
Victor
Xavier Cardoso
Direito
Noturno
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