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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Sociedade moderna e a impossibilidade do funcionalismo

      Alfred Kroeber, ao definir a sociedade com um "Superorganismo", por superar o estado puramente orgânico e atingir um grau maior de evolução através da unidade, pelo menos local, da cultura, de certo modo se relaciona ao funcionalismo orgânico de Émile Durkheim. No entanto, Durkheim observa os fatos sociais como fator de manutenção da sociedade, principalmente através de sua expressão pela institucionalização dos mesmos.

      De tal forma, fica evidente que, na visão do autor, o "organismo social" se autorregularia através dos fatos sociais mais proeminentes, mas não apenas pela existência da coerção social em si, mas sim por sua concretização através de instituições. Como exemplo mais simples, o crime seria um fato social em que sua função seria a de servir de exemplo do que não se fazer, ao ser punido pelo Estado. Assim, o crime é a causa (fato social) que necessita do Estado (instituição) como consequência, mantendo-se assim a ordem e evitando a obliteração da sociedade pela anomia que seria causada pela falta ou não funcionamento de tais instituições.

      É interessante, após o supracitado, fazer uma comparação com as sociedades modernas; sabe-se da influência positivista de Comte sobre Durkheim, caracterizando-se assim uma escola de pensamento que tinha por objetivo final - aparte de Comte, que objetivava primariamente o progresso técnico - a sobrevivência da sociedade por si só, a continuidade da mesma. Assim, ao compararmos tal funcionamento estrito do organismo social, em que a "moral" predominante se concretiza através de instituições, com a democracia atual, seria este modelo plausível? É bem provável que não.

      O constante progresso social em que a sociedade, em especial a brasileira, vem rumando, em prol do reconhecimento dos direitos da minoria, vai em contramão com o pensamento funcionalista, ao negar a formalização da opressão da maioria sobre a minoria. Salvo em casos de extrema anomalia, - como o caso do juíz que não reconheceu o candomblé como religião - que, infelizmente, ainda existem com certa frequência, a civilização vem evoluindo para a edificação de um monumento que humanista, pela primeira vez na história. Assim, espera-se, rumamos para o fim de era de intolerância que há muito tempo vem tentando se justificar.

Lucas Laprano - 1° ano Direito Noturno - Turma XXXI

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