O funcionalismo de Durkheim surge numa
época de grandes mudanças sociais na Europa. Aliás, é bem verdade
que se encontram congruências em suas obras mesmo nos – em tese –
pacatos dias atuais. No entanto, o pecado original de Durkheim talvez
tenha sido a mecanização e sistematização da sociedade como uma
engrenagem, mesmo pecado que Marx cometerá alguns anos mais tarde.
Mas como se uniformiza o caótico?
Como se faz sistemática a mente e o coração humano com todas suas nuances?
É no mínimo perigoso confiar nessa análise linear e progressiva de pensamento, já que nem sempre os fatos ocorrem de forma lógica. Basta, por exemplo, que surja um líder com alto poder carismático em uma sociedade carente de ideologias para que revoluções causem a maior reviravolta nas estruturas sociais, ou que um sentimento anti governamental instaure uma época de exceção. Deste modo, fica claro que qualquer análise humana que busque meramente conexões de causa e efeito e se esquive do lado emocional, passional e psicológico se torne uma espécie de visão superficial das relações humanas e que portanto tende a criar uma visão determinista e segregacionista da população, já que é pretensiosa o suficiente para tentar prever acontecimentos e a reação de um povo.
Aliás, é bem em momentos de desordem, quando toda a lógica da sociedade parece ruir perante a falência de suas instituições que se instaura a anomia. A mecanização que antes era pregada genericamente agora se torna fato e o povo, descrente das autoridades publicas, passa a ver a si próprio como o legítimo justiceiro da raça.
Mas eis que a vingança não pode ser medida da justiça, ou ela não seria justa - seria uma paixão. Sensível às aparências mas não à mente. No entanto, não se pode culpar o povo por essa síndrome de "Batman", uma vez que esta visão dualista nos é incutida desde a infância. O homem não simplesmente bom ou mau, é uma torrente de mudanças e tempestuosidades que passam por todo seu desenvolvimento, e isso lhe é lícito. Sob motivos psicológicos, patológicos ou esdrúxulos, faz parte da sociedade os crimes - o próprio Durkheim afirmava.
O que não é lícito é que as pessoas percam suas autonomias para milícias que julgam ser as senhoras da justiça. E quando algo assim ocorre, é função do último resquício de autoridade pública agir, afim de que o próprio Estado não ser torne dispensável aos olhos do povo. Acima de tudo há, portanto, de estar a liberdade de se viver sem um julgamento arbitrário. Isso é conquista histórica.
Ora, não é lema da Revolução Francesa a Liberdade?
Não é igualmente o maior dom de Deus o livre-arbítrio?
Então não se mecanize e relativize as potencialidades de uma alma ainda mais, fazendo crer que a vida é dispensável, ou que um ser a margem da sociedade deva ser eliminado. É função mister de todas as ciências formar condições favoráveis ao desenvolvimento humano em todos os níveis. E isso só se consegue com educação. Durkheim pôde se dar ao luxo de se jogar em seus pensamentos, mas nós, homens e mulheres do século XXI, já vimos o que acontece quando se mergulha o mundo em ideologias sociológicas e políticas. A essência da verdadeira humanidade se perde, e o povo se revolta. O sangue jorra. Pois a sociedade não é como um armário onde tudo pode ser catalogado e etiquetado, engavetado e contado. A sociedade é a riqueza do tempo, do imponderável e do indescritível. Daquilo que se vê e se sente. E se surpreende! E se aprende, apreende! - Nas andanças de suas liberdades. E isso é dom de Deus, e dom de homens de revolução...
Não subestimemos seus sacrifícios.
Não subestimemos o valor da misericórdia.
Pois o maior dos homens, foi maior pelo perdão. Não pelo fio da espada. (E meus caros não-cristãos que me perdoem, mas a citação é inevitável.)
"Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi, misére nobis....dona nobis pacem "
Adolfo Raphael Silva Mariano de Oliveira XXXI - Noturno 1º Ano.
P.S. - O texto foi postado fora de horário por uma infeliz coincidência na qual nem a VIVO nem o Wi-Fi da UNESP funcionaram até as 09:00. Ainda que não conste para fins de avaliação, fica a postagem em consideração.
Mas como se uniformiza o caótico?
Como se faz sistemática a mente e o coração humano com todas suas nuances?
É no mínimo perigoso confiar nessa análise linear e progressiva de pensamento, já que nem sempre os fatos ocorrem de forma lógica. Basta, por exemplo, que surja um líder com alto poder carismático em uma sociedade carente de ideologias para que revoluções causem a maior reviravolta nas estruturas sociais, ou que um sentimento anti governamental instaure uma época de exceção. Deste modo, fica claro que qualquer análise humana que busque meramente conexões de causa e efeito e se esquive do lado emocional, passional e psicológico se torne uma espécie de visão superficial das relações humanas e que portanto tende a criar uma visão determinista e segregacionista da população, já que é pretensiosa o suficiente para tentar prever acontecimentos e a reação de um povo.
Aliás, é bem em momentos de desordem, quando toda a lógica da sociedade parece ruir perante a falência de suas instituições que se instaura a anomia. A mecanização que antes era pregada genericamente agora se torna fato e o povo, descrente das autoridades publicas, passa a ver a si próprio como o legítimo justiceiro da raça.
Mas eis que a vingança não pode ser medida da justiça, ou ela não seria justa - seria uma paixão. Sensível às aparências mas não à mente. No entanto, não se pode culpar o povo por essa síndrome de "Batman", uma vez que esta visão dualista nos é incutida desde a infância. O homem não simplesmente bom ou mau, é uma torrente de mudanças e tempestuosidades que passam por todo seu desenvolvimento, e isso lhe é lícito. Sob motivos psicológicos, patológicos ou esdrúxulos, faz parte da sociedade os crimes - o próprio Durkheim afirmava.
O que não é lícito é que as pessoas percam suas autonomias para milícias que julgam ser as senhoras da justiça. E quando algo assim ocorre, é função do último resquício de autoridade pública agir, afim de que o próprio Estado não ser torne dispensável aos olhos do povo. Acima de tudo há, portanto, de estar a liberdade de se viver sem um julgamento arbitrário. Isso é conquista histórica.
Ora, não é lema da Revolução Francesa a Liberdade?
Não é igualmente o maior dom de Deus o livre-arbítrio?
Então não se mecanize e relativize as potencialidades de uma alma ainda mais, fazendo crer que a vida é dispensável, ou que um ser a margem da sociedade deva ser eliminado. É função mister de todas as ciências formar condições favoráveis ao desenvolvimento humano em todos os níveis. E isso só se consegue com educação. Durkheim pôde se dar ao luxo de se jogar em seus pensamentos, mas nós, homens e mulheres do século XXI, já vimos o que acontece quando se mergulha o mundo em ideologias sociológicas e políticas. A essência da verdadeira humanidade se perde, e o povo se revolta. O sangue jorra. Pois a sociedade não é como um armário onde tudo pode ser catalogado e etiquetado, engavetado e contado. A sociedade é a riqueza do tempo, do imponderável e do indescritível. Daquilo que se vê e se sente. E se surpreende! E se aprende, apreende! - Nas andanças de suas liberdades. E isso é dom de Deus, e dom de homens de revolução...
Não subestimemos seus sacrifícios.
Não subestimemos o valor da misericórdia.
Pois o maior dos homens, foi maior pelo perdão. Não pelo fio da espada. (E meus caros não-cristãos que me perdoem, mas a citação é inevitável.)
"Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi, misére nobis....dona nobis pacem "
Adolfo Raphael Silva Mariano de Oliveira XXXI - Noturno 1º Ano.
P.S. - O texto foi postado fora de horário por uma infeliz coincidência na qual nem a VIVO nem o Wi-Fi da UNESP funcionaram até as 09:00. Ainda que não conste para fins de avaliação, fica a postagem em consideração.
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