Revolução Industrial, Conferência de Berlim, Guerras Mundiais. Vários são os momentos históricos reveladores de um individualismo humano. Hoje, ainda, ideologias como a consumista e a de (apenas) “eu ser feliz” reforçam essa característica. Todavia, conseqüências dessas atitudes chegaram a tal ponto que provocaram “mutações” no pensar de parte da população. Ao mesmo tempo em que persiste o individualismo, estão em alta debates educacionais a respeito do contato entre as pessoas - convivência que se mostra de maneira intensa em sites de relacionamento (orkut, twitter) e, de certa forma, de modo relativo no mundo concreto.
O filme “Ponto de Mutação”, por sua vez, baseado no livro de Fritjof Capra, vai de encontro a esse tema. Trata-se, basicamente, de uma conversa entre um político, um poeta e uma cientista. Esta defende uma nova percepção do mundo na “teoria dos sistemas vivos”: a vida seria uma probabilidade de conexões em que todos (homens e natureza) fariam parte de uma teia de relações, sendo interdependentes. Assim, propõe a análise de um todo, a coletividade. Segundo a cientista, tal método opõe-se ao de Descartes, que restringe os problemas, provocando a eliminação de outros fatos, considerações importantes ao focar-se em apenas um. No que se refere a tal comparação, ela exemplifica de modo simples a impossibilidade de analisar apenas a "parte", com uma árvore: é preciso relacionar seus diversos componentes juntamente com fungos, pássaros, as trocas gasosas que realiza para entender todo seu funcionamento.
Diante dessas considerações, acredita-se que, a respeito do método cartesiano, ele não é de todo inválido, sendo muito útil no conhecimento científico. Contudo, também é fundamental a análise do “todo”, cujas partes estão interligadas. Dessa maneira, sob esta última perspectiva, promove-se maior atenção ao o meio em que se vive, bem como valorizam-se os relacionamentos pessoais, gera-se o altruísmo, contribuindo, assim, para um movimento a favor da trajetória humana.
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