O filme Ponto de Mutação, baseado no livro homônimo de Fritjof Capra, compara o pensamento cartesiano ao paradigma que surgiu no século XX. Há um contraste entre o método científico reducionista e o sistêmico, para o qual o mundo é um todo indissociável.
Na discussão feita no filme, os personagens abordam a evolução do pensamento humano, desde Descarte até a contemporaneidade, na qual ainda vemos líderes pensando e agindo de maneira mecanicista, aplicando o modelo cartesiano, o qual prega a divisão de todo em partes, para entendendo cada uma delas, procurar entender o todo. Certamente essa contribuição, que na época foi um grande salto para interpretar o mundo para além do misticismo, hoje já está ultrapassada.
Porém, os reflexos da utilização desse mesmo modelo hoje são prejudiciais à sociedade em geral, pois ignoram os custos sociais e só visam os ganhos econômicos de suas ações. Os sistemas existentes não encorajam a prevenção, só a intervenção, que não consideram que só se constrói um modelo de sucesso no presente, se estimularmos o futuro. O roteiro faz também uma crítica à inexistência de uma ciência pura, justificada em si mesmo, a partir da autonomia dos cientistas em fazer a escolha dos assuntos que mais os fascina isentos de qualquer influência externa de caráter político ou mercadológico.
Na atualidade, podemos verificar que existe uma pauta de prioridades da produção científica no mundo que é definida pelo Estado ou pelos agentes privados, que detém o poder econômico. Essas instituições públicas e privadas em toda parte do planeta, determinam a sua estratégia, o que deve ser pesquisado.
O filme defende que o mundo seja pensado como um processo integrado e não como estruturas. O pensamento cartesiano elabora a sua percepção mecanicamente. A metáfora do relógio perfeito já não serve para analisar os padrões globais complexos do mundo comtemporâneo.
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