A respeito de Descartes, é criticado seu método mecanicista de analisar as coisas como se tudo fosse formado por pequenas peças distintas e independentes. Ao ler Bacon, nota-se já uma outra forma de análise pois, para ele, as coisas deveriam sim ser vistas como partes mas também como um todo amplo e correlacionado. Acredito que este seria o melhor método pois, unindo as visões do político e da cientista do filme (a respeito do problema na bexiga), teríamos a preservação aliada à cura. Perfeito.
Outro ponto intrigante colocado em pauta é a visão baconiana da escravidão da natureza em favor do homem que perdura até os dias de hoje. Usufruimos dela de forma tão predatória e destrutiva que hoje, estamos passando por graves crises e problemas ambientais. Deslizamentos, tsunamis, oscilações drásticas na temperatura, chuvas ácidas, terremotos. Tantos indicadores e ainda existem pessoas aquém e desinteressadas, que não percebem a importância do respeito à natureza. Temos de nos conscientizar de que a natureza não é servo do homem e sim seu aliado!
No filme, também, a cientista reflete a respeito da dimensão de sua responsabilidade sobre seu invento. Chega ao ponto de se arrepender de sua criação devido ao fim bélico destinado a esta. Este fato remete a Santos Dummond, pai da aviação, suicidou-se ao ver a utilização dada a seu tão estimado invento. Assim como alguns utilizam-se do avião para transportar pessoas e mercadorias por todo o mundo, outros enchem-no de bombas e destroem um país inteiro. Nada pode fazer aquele que o criou senão não tê-lo pensado. Porém, se assim fosse, a humanidade nunca evoluiria pois até um lâmpada fluorescente já foi usada como instrumento de violência. A maldade está nas pessoas e qualquer instrumento é meio para pô-la em prática.
Destarte, prova-se o grande enriquecimento advindo deste filme através de seu questionamento sobre os grandes pensadores e as diversas reflexões sobre as quais nos incita; importantes na atualidade. O filme friza também, um grande valor ainda muito subestimado: a interligação existente entre os homens e a natureza, entre todos os seres, condensada nas palavras do político atribuídas a John Donne : "Nenhum homem é uma ilha".
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