No filme “Ponto de Mutação”, baseado no livro de Fritjof Capra, o encontro de uma física, um poeta e um político no castelo de Saint Michel promove uma grande discussão em torno da vida, das condições físicas da Terra, das relações entre os homens e do conhecimento na sociedade.
Na discussão sobre os mecanismos que regem o mundo, aborda-se a evolução do pensamento humano, começando por René Descartes que, embora muito útil para a sociedade em que viveu, acaba por atrapalhar a sociedade atual, pois o pensamento cartesiano explica a natureza de modo mecanicista, em que se estuda cada parte para então procurar entender o todo. Isaac Newton também teria contribuído com este pensamento quando formulou as três leis do movimento da física, influenciando diversos aspectos sociais.
Guiados por esse raciocínio, os sistemas existentes não encorajam a prevenção, e sim a intervenção, ficando presos a modelos econômicos que só pensam nas teorias e negociações, independente do custo social. Os inúmeros problemas que cercam o mundo são sistêmicos, pois um é conseqüência do outro, assim tal abordagem mecanicista não resolverá uma das dificuldades, mas se limitará a transferí-la de um lugar para outro.
Chega-se, então, a conclusão de que só passaremos adiante do “ponto de mutação” se houver uma mudança na percepção do mundo, passando a enxergar o presente na sua totalidade, de modo que não há nada no universo em que não haja conexões, ou a troca de energia a todo tempo. Porém os homens só pensam em seus problemas isolados e não entendem que tudo faz parte de um todo e que para desenvolver oportunidades sustentáveis para o futuro é preciso nos auto-organizar.
Todas as ideais que os três personagens se propuseram a discutir são uma realidade ainda hoje, já que as pessoas estão acostumadas com o conforto da modernidade e não pensam em modelar aquilo que recebem pronto em suas mentes. Desse modo, é necessário interligar conhecimentos e agir na busca por um progresso equilibrado, que preserve a vida em detrimento das injustiças.
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