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segunda-feira, 1 de abril de 2024

“Vidas Secas” como retrato do “Fato Social”


A obra “Vida Secas” de Graciliano Ramos retrata profundamente o cenário de pobreza e miséria no Brasil ao narrar a história de uma família de retirantes que luta para sobreviver em meio a aridez do sertão nordestino. O romance denuncia as desigualdades e as injustiças sociais, além de criticar a exploração dos mais vulneráveis pelas classes detentoras do poder. Nesse contexto, é possível notar em tal livro o conceito de “fato social” exposto por Émile Durkheim, uma vez que a miséria e a pobreza são fenômenos socias enraizados na sociedade brasileira.

Durkheim explica como sendo “fatos sociais” maneiras de agir e de pensar que exercem forte influência sobre os indivíduos, sendo exteriores e independentes das vontades dos seres humanos. A partir disso, é válido associar tal conceito com o cenário de pobreza vigente no Brasil, já que a miséria está diretamente ligada a questões culturais e políticas, perpetuando, assim, falta de educação de qualidade, desigual distribuição de terras e de renda, precário acesso à saúde e ao mercado de trabalho, entre outros fatores.

            Além disso, vale ressaltar que as classes detentoras de poder controlam políticas públicas, colocando interesses pessoais acima do bem da população. Com isso, ocorre falta de investimentos em programas socias que colaborem para a melhoria de vida dos mais vulneráveis, limitando suas chances de ascensão social. Dessa forma, é criado um círculo vicioso em que os mais poderosos aumentam cada vez mais seu poder e os mais pobres continuam na miséria.

            Portanto, é possível reconhecer a pobreza como fato social, dado que instituições e estruturas que moldam políticas públicas sustentam o cenário de miséria e desigualdade no Brasil, a fim de se manterem no poder. Dessa maneira, nota-se que o livro “Vida Secas” exemplifica a temática exposta por Durkheim.

Maria Vitória Ferreira 1º ano Direito Matutino

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