A
obra “Vida Secas” de Graciliano Ramos retrata profundamente o cenário de
pobreza e miséria no Brasil ao narrar a história de uma família de retirantes
que luta para sobreviver em meio a aridez do sertão nordestino. O romance
denuncia as desigualdades e as injustiças sociais, além de criticar a
exploração dos mais vulneráveis pelas classes detentoras do poder. Nesse
contexto, é possível notar em tal livro o conceito de “fato social” exposto por
Émile Durkheim, uma vez que a miséria e a pobreza são fenômenos socias enraizados
na sociedade brasileira.
Durkheim
explica como sendo “fatos sociais” maneiras de agir e de pensar que exercem
forte influência sobre os indivíduos, sendo exteriores e independentes das
vontades dos seres humanos. A partir disso, é válido associar tal conceito com
o cenário de pobreza vigente no Brasil, já que a miséria está diretamente
ligada a questões culturais e políticas, perpetuando, assim, falta de educação
de qualidade, desigual distribuição de terras e de renda, precário acesso à
saúde e ao mercado de trabalho, entre outros fatores.
Além disso, vale ressaltar que as classes detentoras de
poder controlam políticas públicas, colocando interesses pessoais acima do bem da
população. Com isso, ocorre falta de investimentos em programas socias que
colaborem para a melhoria de vida dos mais vulneráveis, limitando suas chances
de ascensão social. Dessa forma, é criado um círculo vicioso em que os mais
poderosos aumentam cada vez mais seu poder e os mais pobres continuam na
miséria.
Portanto, é possível reconhecer a pobreza como fato
social, dado que instituições e estruturas que moldam políticas públicas sustentam
o cenário de miséria e desigualdade no Brasil, a fim de se manterem no poder. Dessa
maneira, nota-se que o livro “Vida Secas” exemplifica a temática exposta por
Durkheim.
Maria Vitória Ferreira 1º
ano Direito Matutino
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