Nascemos em
uma sociedade já estruturada e que molda nosso pensamento desde nossos
primeiros momentos de vida. Somos fruto de uma complexa rede de relações,
cultura, experiências e maneira de se relacionar com o mundo. E, dentro dessa
dinâmica, ao mesmo tempo em que os homens constroem a sociedade coletivamente,
ela os vai moldando para que determinados modelos de comportamento e de
estruturas se perpetuem.
Partindo dessa ideia, Emile Durkheim deu o
nome de “fato social” a todo fenômeno com origem na sociedade, que obedece a
alguns elementos indispensáveis para sua existência: a coerção social, que leva
as pessoas ao conformismo em relação às regras da sociedade em que vivem, sem
pensar em sua liberdade de vontade e de escolha; a exterioridade, uma vez que
os fatos sociais atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou
de sua adesão consciente, ou seja, são exteriores aos indivíduos; a generalidade,
ou seja: é social todo fato que é geral,
que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles.
Sendo assim, tendo em vista a religião, é
válido discutir se ela pode ser considerada um fato social ou não. Tendo em
vista esse cenário, a religião é desempenha um papel importante na coesão
social e na formação da identidade coletiva e individual. Ademais, a religião
pauta diversos assuntos da vida social, e pode até mesmo interferir em decisões
de âmbito político, como por exemplo o aborto. Tal determinação, que cabe ao Estado,
deveria ser discutida e avaliada segundo os preceitos de um Estado laico,
contudo isso não acontece, uma vez que, como esse fato social dominou o
pensamento de uma grande parte da população, a religião tem interferido
fortemente tais decisões, o que é politicamente errado.
Portanto, a religião pode ser definida como
um fato social porque exerce os três principais princípios determinados. Além
disso, observa-se que a religião influencia as atitudes individuais, já que quando
algo foge de um padrão preestabelecido, cada cidadão sofreria a “consequência”
divina, e isso faz com que as pessoas sigam padrões de comportamento em busca
dessa recompensa prometida pelas igrejas. Logo, pode-se afirmar que a religião
é um dos fatos sociais mais fortes da sociedade contemporânea.
Francielle Arruda Tinti 1º semestre Direito (matutino)
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