Durante a Segunda Guerra Mundial, jovens japoneses eram alienados para que pilotassem aviões cheios de bombas e chocassem contra navios da marinha inimiga. As formas de coerção utilizadas para influenciar os pilotos eram em razão do amor pela pátria (pelo Império), pelo amor a sua família, honra, e, até mesmo, uma missão divina. E, desse modo, surgiram os Kamikazes, suicidas que entregavam sua vida pela “salvação” de seu país. Nessa perspectiva, destacam-se dois conceitos importantes: o conceito de Fato Social e “suicida altruísta”, do sociólogo Émile Durkheim.
Em primeira análise, faz-se necessário apresentar o conceito
de Fato Social. De acordo com Durkheim, a forma como cada indivíduo age, pensa
e se sente não é individual, mas sim ações aprendidas durante a sua criação.
Nesse sentido, a família se torna a principal instituição, que tem como objetivo
preparar o ser humano para a vida em sociedade. Com isso, é um fato que grande
parte de nossas ideias não são elaboradas apenas por nós, mas sim são, de certa
forma, impostas a nós. Assim, a sociedade evita a sua desagregação e busca a
sua coesão, disseminado a consciência coletiva, em que a responsabilidade é social,
mas nunca individual.
A partir desse conceito, o sociólogo também apresenta o de “suicida
altruísta”, ou seja, aquela pessoa que se sacrifica para defender a sociedade. Como
citado acima, os Kamikazes eram jovens de, em média, 19 anos, instruídos a
defender sua nação. Entretanto, a maioria deles já estavam expostos a esse amor
exacerbado pela sua pátria desde pequenos, desenvolvendo, então, um pensamento
coletivo, objetivando o bem da sociedade. Logo, alienados desde cedo a honrar
sua bandeira, os Kamikazes são um exemplo do conceito de Durkheim.
Conclui-se que a sociedade, para garantir o equilíbrio e
evitar a anomia, transfere, durante a formação cidadã de cada geração, a
consciência coletiva. Evidencia-se, portanto, que as condições socioambientais nas
quais os indivíduos se encontram vão determina como eles devem agir, pensar e
sentir. Sendo assim, as ações que fogem desse padrão podem causar desonra,
vergonha, ou, até mesmo, isolá-los do convívio social, exercendo uma força
coercitiva que os obriga a seguir determinadas condutas pré-estabelecidas.
Maria Clara da Silva Cruz, RA: 241221412
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