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segunda-feira, 5 de julho de 2021

A pandemia, a vacina e o obscurantismo presente no atual governo brasileiro

           Até que ponto houve, de fato, evolução no ser humano?

Um dos grandes feitos da sociedade, durante sua evolução, foi o desenvolvimento científico. Isso se deve, em parte, a dois grandes filósofos iluministas: René Descartes e Francis Bacon. Embora sigam pensamentos distintos, já que Descartes se alinhava ao Racionalismo, enquanto Bacon acreditava no Empirismo, ambos foram essenciais para o aprimoramento da Ciência Moderna, configurando grandes feitos que são, até os dias atuais, importantíssimos para o conhecimento científico.

Dessa forma, a ciência passa, neste momento da História, a possuir uma perspectiva investigativa, na tentativa de entender o mundo e transformá-lo, assim como é retratado no filme “O Ponto de Mutação", no qual a personagem feminina representa a ciência, o saber, o pensamento crítico, que vai além do previsível e do óbvio.

Dentro de tais panoramas, é possível relacionarmos a questão sanitária que estamos vivenciando em todo o mundo e seus métodos para combatê-la. A pandemia do Covid-19 no Brasil enfrenta, desde o início, uma frente negacionista que é contra o uso de máscaras, de distanciamento social e faz parte do movimento antivacina, sendo o grande precursor de tais ideias absurdas o próprio Presidente da República, Jair Bolsonaro.

Com a chegada da vacina e o início de sua aplicação, o número de pessoas contra tal campanha tem aumentado, sendo extremamente preocupante para a saúde pública. Percebe-se, desse modo, que a sociedade tem experienciado uma forte regressão aos avanços científicos, mesmo que as vacinas já tenham demonstrado, há anos, sua eficácia na prevenção de inúmeras doenças.  

Sendo assim, é de se indagar qual século estamos vivendo para presenciar essa forte negação à ciência? Mesmo com todo o progresso realizado por inúmeros cientistas, sendo Descartes e Bacon alguns dos mais importantes epistemólogos, ainda persistem ideais resistentes a essas ideias, assim como na chamada Idade das Trevas, ou Idade Média.

Assim, é possível dizer que a pandemia do Coronavirus evidenciou o pensamento conservador da maioria dos brasileiros, que resistem contra tudo que nos trouxe até aqui. Se não fosse o intenso avanço na Medicina, o mundo contemporâneo se pareceria muito com o mundo que viviam os filósofos iluministas, de modo que o homem teria ficado parado no tempo. Dessa forma, podemos concordar com os ídolos propostos por Bacon, que seriam falsas percepções de mundo que prejudicam o conhecimento seguro, sendo os eventos hodiernos uma clara demonstração dos ídolos do foro, com falsas teorias obtidas através de relações pessoais.

Portanto, após tal análise, é possível dizer que o ser humano não evoluiu tanto assim com o passar dos séculos, visto que o obscurantismo permanece na sociedade. Será que em breve estaremos queimando cientistas em praças públicas também, assim como no século XII? A única chave para parar esse movimento é a educação e a política, como já foi explicitado por Bacon com a frase “Saber é poder", que demonstra o poder do conhecimento, para além da ignorância e das trevas.


Bruna Pereira Aguirre - diurno - turma XXXVIII


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