René Descartes e Francis Bacon se dedicaram em suas obras em estabelecer
as bases para a produção de conhecimento, os dois, por meio de métodos
diferentes, deram início à chamada ciência moderna. Ambos criticavam o
conhecimento da filosofia clássica, o primeiro, decepcionado com o ensino
tradicional e, também, pela futilidade e inutilidade do conhecimento vindos da
tradição. O segundo, por entender que o conhecimento - principalmente da
filosofia grega - até então disponível se preocupava à mero exercício da mente,
sem nenhum fim prático ou de utilidade.
Para romper com a tradição vigente, Descartes, por meio do Discurso do
Método, usou como princípio fundamental a dúvida, que consistia em rejeitar
qualquer conhecimento que pudesse existir dúvida, e, assim, classifica-lo como
falso, a fim de chegar a um conhecimento que fosse completamente
incontestável. Como resultado desse princípio fundamental, Descartes chegou
à famosa frase “Penso, logo existo”, tornando-a regra geral para a obtenção da
verdade.
Bacon, por sua vez, na sua obra Novum Organum, estabeleceu que o
conhecimento viria pela cura da mente, por meio da “regulação da mente por
mecanismos da experiência”. Sim, Bacon era empirista, ao contrário de René
Descartes, um racionalista, mas o pensamento de ambos convergia ao
propósito do bem do homem e da dominação da natureza.
Ambos concordavam que a natureza devia se subjugar ao homem, porém, mal
sabiam eles das consequências. Foi essa visão que nos colocou na atual
emergência climática na qual nos encontramos, que coloca o futuro do planeta
em dúvida. Mas, ao contrário da dúvida cartesiana, infelizmente, essa dúvida é
a mais pura verdade. Será que todo esse conhecimento foi em prol da
humanidade? Ou será que foi apenas por “Saber, é poder”?
Leonardo Barbosa Souza – Direito noturno, 1° período.
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