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segunda-feira, 5 de julho de 2021

A problemática da dominação ambiental para benefício humano

             No século XVII, René Descartes e Francis Bacon desenvolveram as bases epistemológicas da ciência moderna. Para ambos, a ciência deveria deixar de servir como mero instrumento de contemplação do mundo, e se tornar meio de transformação. Em sua obra “O discurso do método”, Descartes propõe a ciência como recurso voltado ao benefício do ser humano, a partir da busca de suas finalidades práticas, enquanto Bacon defende a dominação da natureza.

Essa interpretação da natureza é extremamente vigente na história humana, em que a extração de recursos para fins práticos ocorre recorrentemente. Vários benefícios para o homem foram alcançados dessa forma, desde a Antiguidade, a partir de invenções e tecnologias que melhoram e facilitam demasiadamente o cotidiano da população, como eletrônicos, medicamentos e meios de transporte modernos.  

Entretanto, no sistema capitalista, as transformações da natureza promovidas pelo ser humano estão ultrapassando o limite suportado pela mesma. No filme “O Ponto de Mutação", a personagem Sonia critica essa visão de Bacon de dominação do planeta, visto que o filósofo argumenta que a natureza deveria ser “torturada” em prol do homem.  Por conta dessa exploração desenfreada em busca do lucro, que na realidade beneficia desigualmente a população mundial, uma crise ambiental se instaurou na Terra. O aquecimento global, degradação dos solos, escassez de água, poluição de rios, perda de biodiversidade e acúmulo de lixo são apenas alguns indícios da gravidade da degradação ambiental atual. 

Assim, de certo modo, essa dominação da natureza não beneficia verdadeiramente a população, como era defendido por Bacon. A crise climática conduz um sério risco de extinção da vida humana e de outras espécies na Terra, em um futuro relativamente próximo. Ademais, o uso desenfreado de recursos favorece uma minoria privilegiada, às custas da exploração da maior parcela do contingente populacional, que sofre com a falta de acesso a serviços e tecnologias básicos. Portanto, a partir da análise da situação atual mundial, pode-se afirmar que a ciência moderna age como elemento de transformação, construção e destruição, simultaneamente. 


Sofia Garbarino Nogueira- 1º Período - Matutino - Turma XXXVIII

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