Durante a Idade Média, no que concerne a interpretação da Natureza, ocorreu a predominância do chamado misticismo. Este, baseava-se no entendimento do mundo a partir de crenças que levavam em consideração a existência de um universo metafísico, sujeito a forças sobrenaturais. No entanto, após o “fim” desse período, a sociedade ocidental europeia passou a analisar os acontecimentos terrestres através de uma perspectiva menos mística e mais racional, baseada na observação e no questionamento.
Neste contexto, algumas figuras destacaram-se pela notoriedade de seus trabalhos, de caráter mais científico que religioso, como é o caso de René Descartes, filósofo, físico e matemático francês , o qual simboliza bem o contraste entre as constantes dúvidas a respeito dos fatos cotidianos intrigantes , para os quais a religião não tinha pleno esclarecimento, e a herança teocêntrica medieval, fundamentada na superstição.
Diluindo ciência em religião, no início de sua obra Discurso do Método, Descartes defende metodicamente a existência de um ser superior de natureza perfeita, ou seja, um Deus onisciente, onipotente e onipresente, cuja natureza é compartilhada entre os seres humanos.
Através desta lógica de ideias, percebe-se a fusão de elementos de natureza teo e antropocêntrica, assim como aquela observada no filme Ponto de Mutação, no qual uma cientista (caráter antropocêntrico) encontra outros dois personagens do filme em um castelo da Idade Média ( caráter teocêntrico). Essa dicotomia ciência –religião, representou o contexto no qual viveram René Descartes e Francis Bacon, na França e na Inglaterra, respectivamente. Neste cenário, começam a surgir os pilares que sustentam a denominada Ciência Moderna , através, por exemplo, da contribuição proporcionada por Bacon, no que diz respeito à rigorosa separação entre a conclusão baseada na Ciência e a oriunda do senso comum fortemente influenciado pelo misticismo.
Porém, na atualidade, especificamente no Brasil no ano de 2021, o atual presidente da República propaga as ideias de que a atual pandemia, provocada pela disseminação de um vírus com alto poder de propagação que já causou mais de 500.000 mortes no país, foi originada pela China com objetivos financeiros/políticos ; e que o vírus supracitado é apenas uma “gripezinha” . Será que voltamos para antes de Descartes e Bacon, quando superstições e ideias místicas predominavam e a Terra era o centro do Universo ?
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