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domingo, 9 de junho de 2019

A sociedade e o juízo de valor


Recentemente a sociedade brasileira, está sendo bombardeada em suas mídias, com o chamado “caso Neymar”, no qual observamos cada cidadão, se “investindo na magistratura”, cada qual com uma sentença diferente, antes mesmo do caso concreto, e sempre prevalecendo basicamente, o senso comum.
Tal caso citado acima, se dá pela acusação de uma modelo em relação ao jogador de futebol Neymar, do Paris Saint German e da Seleção Brasileira, de crime de estupro, supostamente cometido por ele, em 15\05\2019 em Paris na França.
Assim como acontece no cenário futebolístico, acontece atualmente no cenário político nacional, uma mistura de paixão e torcida em prol de um ou outro candidato político, e no “caso Neymar” não é diferente, cada um escolhe seu lado, veste a camisa e torce fervorosamente pelo seu favorito; como pode a sociedade ser tão fútil e encarar com paixão, assuntos tão sérios, nos quais deveriam se prevalecer de razão e senso crítico.
Não bastasse a mistura futebol, política e justiça criminal, até mesmo o Presidente da República, parece ter escolhido o seu lado, pois recentemente em Brasília, quando da passagem da Seleção brasileira de Futebol pela cidade, o mesmo foi visitar e dar apoio ao jogador Neymar, em meio ao caos passado na vida desse.
A intenção desse texto não é dar um juízo de valor para o caso, mas sim, fazer uma análise crítica, do que se passa na sociedade brasileira, e como ela se comporta diante de “espetáculos policiais e judiciais”, e quais os frutos de tal “espetacularização”.
O que se pode observar são prejulgamento de todos os lados, como por exemplo a exclusão da advogada de Neymar, Maria Fernandes, de um grupo formado por advogadas feministas, intitulado CLADEM (Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher), no qual ela era membro, daí deixo a pergunta, e se tal advogada estivar do lado certo? Sua “pré condenação e\ou pré julgamento” perante o grupo feminista, seria justa?
Outra situação que se pode observar, foi a postura de um deputado, vice líder do governo na Câmara, Carlos Jordy (PSL\RJ), que propôs um projeto de lei intitulado “Neymar da Penha”, no qual se agravaria a pena de denúncia caluniosa, de crimes contra a dignidade sexual; tal projeto pode ser considerado uma afronta, para a Sociedade Brasileira, pois além de “satirizar” a lei Maria da Penha, que foi um marco e um ganho no que diz respeito aos direitos e defesa das mulheres, também dá um juízo de valor ao caso antes mesmo da coisa julgada.
Em meio a reportagens também fica evidente a expressão utilizada pelo pai do jogador, na qual ele diz que é melhor ser acusado de um crime de internet do que o de estupro; ele dizia respeito ao crime cometido por seu filho ao expor fotos e conversas íntimas da modelo que o acusa e dele próprio, nas redes sociais, e mais uma vez a sociedade se divide perante a tese “Robim Hood”, no qual se comete um crime para provar que é “bonzinho”, uns defendendo e outros acusando e sempre com juízo de valor.
Não bastasse, temos o advogado da modelo, José Edgard Bueno, que teria supostamente ajudado pelo repórter da TV Globo, tentado um acordo extra-judicial, para assim abafar o caso, mas e o suposto crime, onde ficaria? Até onde o direito nos permite enxergar, todo crime é de Direito Público, e segundo reza o dito popular, “não há dinheiro que pague”, vendo o caso, não é o que parece.
Mas daí deixo a minha pergunta, e o caso concreto, onde fica, qual o papel do sistema de justiça? Aguardaremos ansiosos as cenas dos próximos capítulos, pois muitos dizem não ser de sua conta tal situação, mas uma coisa é certa, visto o desembaraçar da história, é da conta de qualquer um sim.
Weberson A. Dias da Silva Turma XXXV Noturno


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