Total de visualizações de página (desde out/2009)

domingo, 9 de junho de 2019

A dominação inerente ao homem


Nos últimos tempos da política nacional, é possível perceber a tendência de pessoas acusarem outras de aderir alguma corrente ideológica sem ao menos compreenderem o significado de cada uma, significando uma banalização de conceitos muito importantes para a história do mundo. Em relação isso, Max Weber (autor do século XIX e XX) havia desenvolvido estudos a respeito desse tópico, e dessa maneira conceituou a ação social.
Ação social, de acordo com ele, é a forma como o indivíduo age em uma sociedade, sendo que essa fato detém tipos: a ação pode ser afetiva (realiza-se algo por uma paixão, ódio); tradicional (executa-se alguma coisa através do hábito, sem uma reflexão sobre); e racional (tem-se a noção de que a pessoa faz algo ou por acreditar naquilo, ou por receber determinada coisa em troca), portanto, dependendo da maneira que o indivíduo age, haverá uma opinião formada sobre ele. Dentro disso, o ideal para Weber não é julgar o ser por sua ação social, e sim estabelecer um entendimento do porquê ele pensa dessa maneira.
Na atualidade, a discussão política com o ser humano encontra-se em um patamar arisco, já que independente do contexto histórico por trás de uma palavra, define-se ideologicamente uma pessoa por meio de diálogos superficiais, sendo que o mais típico é rotular alguém como socialista caso posicionar-se a favor de maiores investimentos estatais na saúde e educação do Brasil -além da visão pejorativa que se busca passar com isso. Importante ressaltar que tal ação é feita por pessoas que não necessariamente entendem o que tal corrente transmite de conhecimento, além de desconhecer os motivos aos quais alguém poderia acreditar nela ou não, afinal, o fundamental é classificar os ideais de cada um, resultando na banalização dos conceitos  estudados por diversos teóricos.
Esse fator interfere também na construção da politização dos direitos humanos, o que representa uma atitude de deslegitimar os direitos fundamentais inerentes aos seres humanos, haja vista a situação de ser compreendido pelo senso comum de que tais direitos são doutrinas correspondentes a quem concorda com a esquerda, caso contrário, não há possibilidade de defender estas garantias universais a todo ser humano. Somado a isso, é possível relacionar que o fato de propor um cunho ideológico para todas essas visões, tanto em relação aos direitos humanos, quanto ao fato da enganação espalha pelo mundo, e no Brasil, de que os ideais de esquerda visam apenas a dominação, e as outras linhas de pensamento não.
Para Max Weber, a dominação é fruto de um poder que uma pessoa possui perante o outro, e neste caso, é visível que no contexto da política do Brasil, há uma mistura de dois, de três, tipos de dominação tipificadas pelo autor: a carismática (um presidente que diz aquilo que o povo quer escutar, automaticamente faz o povo aceitar as demais informações passadas por ele) e a tradicional (a figura de respeito comunica alguma opinião, e esta palavra deve ser escutada e aceita como verdadeira -exemplificando, o presidente Jair Bolsonaro, que além de popular, é vista como uma pessoa que deveria possuir crédito no que fala pelo cargo ocupado, mas suas exposições, em maioria, são falaciosas). Dessa forma, vê-se que, no mais, a vida humana não passa de um caminho para iludir a opinião dos indivíduos em prol de vantagens e poderes a grupos interessados em induzir opiniões da sociedade ao engano.

Sarah Fernandes de Castro - Direito/Noturno

Nenhum comentário:

Postar um comentário