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domingo, 9 de junho de 2019

A vida e a música.

Em um aspecto primário, a noção weberiana de forma permeia todo o âmbito racional da esfera humana. Por um lado, haveria uma racionalidade material, ou seja, todas a factialidade e as relações axiológicas do meio social.  Nesse sentido, seria imprescindível, segundo o autor, que o conjunto dessas interpessoalidades não fosse coordenado por um método: a racionalidade formal. Consonante ao dito, é pertinente destacar que “forma” para Weber diz respeito à todo o conjunto de normas legais e morais que delimitam os limites do indivíduo em prol do material, isto é, toma a vida provada uma orquestra no qual todas dançam conforme a forma melódica.
Seguindo essa alegoria, a sociedade weberiana é como um conjunto de músicos. Todos possuem peculiaridades instrumentais e ímpeto musical. A conjuntura de todos os instrumentos, por sua vez, não fará a mais bela das apresentações. Muito pelo contrário, é necessário um maestro para a coordenação do formato orquestral. De forma similar é regido a vida em sociedade. Por onde adamos, somos submissos à “maestros” locais (direito e moral). Porém, não há somente glória nessa metáfora, caso houver desordem, críticos repudiaram o conjunto musical e a orquestra cairá por terra. Portanto, a ordem é mantida pelo domínio do maestro que, segundo o conceito weberiano de 3 tipos de dominação, enquadra-se como uma dominação legal. Subjugamo-nos ao crivo das regras, assim sendo, ao passo que desenvolvemos formas de controle, sobretudo o direito, a dominação evolui e tocaremos segundo a “música” que nos for imposto. A final das contas , somos intuídos a fazer melodias e não mero barulho : o artificil ordenado supera o desordenado orgânico.

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