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segunda-feira, 28 de março de 2016

A parte pelo todo e a interconectividade


‘’Ponto de Mutação’’ é um filme que retrata a questão das múltiplas visões de se conhecer o mundo. No filme, uma cientista, um poeta e um político se encontram em um castelo medieval e discutem vários assuntos contemporâneos (como problemas ecológicos, superpopulação, métodos científicos, entre outros). A cientista propõe uma nova maneira de se ver nossa realidade, não através do método cartesiano utilizado pelas ciências ao longo dos séculos que se baseia na fragmentação excessiva dos objetos estudados, mas por meio do estudo das coisas como um ‘’todo’’, entendidas como interconectadas entre si.

Esse pensamento é interessante nos dias de hoje pois o próprio planeta caminha para a aprimoração da interconectividade humana, na forma da famosa internet. De fato, o seu uso nos fez perceber o quanto estamos conectados uns aos outros atualmente. Esse novo coletivo gerado pela proliferação dos meios de comunicação exige um estudo amplo e não fragmentado de nossas novas relações sociais visto o enorme alcance das tecnologias digitais.

Vale ressaltar também que a mentalidade da cientista no filme foi de certa forma utilizada por diversos cientistas sociais no passado, mais notadamente por Émile Durkheim. Ele entendia o comportamento individual em sociedade como produto do ‘’todo’’, do pensamento majoritário vigente em dada comunidade. Em outras palavras, para o sociólogo, a sociedade (o todo) moldava o indivíduo (a parte).

Dessa forma, o filme e as ideias contidas nele se mostram atemporais. A tese defendida pela cientista pode até não invalidar por completo a necessidade do método cientifico cartesiano, mas nos ensina que há outras formas de conhecermos o mundo em que vivemos e demonstra a importância de possuirmos abordagens diferentes acerca de cada tema.



André Luís de Souza Júnior
1º Ano Direito Noturno UNESP

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