O
Ponto de Mutação, filme dirigido por Bernt Capra, aponta diferentes perspectivas
de mundo através do diálogo entre a cientista Sonia Hoffmann, o político Jack
Edwards – democrata conservador que fora candidato à presidência dos Estados
Unidos – e Thomas Harriman, poeta que auxiliava Edwards em seus discursos.
Ao
percorrer uma construção medieval, os personagens questionam e relativizam
ideias e ações a respeito de determinados assuntos, principalmente quanto à
noção mecanicista do método cartesiano. Essa perspectiva apresenta o universo
como um relógio ou como uma máquina qualquer, cujas peças são análogas às “áreas”
do conhecimento científico, as quais são estudadas separadamente. Contudo, a
máquina só funcionará corretamente com a atuação das peças em conjunto. Evidencia-se,
portanto, a crise de percepção e o pensamento de que tudo está conectado.
A
exemplo de “conexão”, pode-se destacar o desmatamento da floresta amazônica
devido ao avanço da fronteira agrícola, com a finalidade de quitar a dívida
externa; ou ainda, a elitização da Medicina, resultado da aplicação de
tecnologia de ponta, tornando o serviço mais eficaz, porém menos acessível.
Desse
modo, a obra demonstra certa limitação em relação ao método de Descartes e a cientista
Hoffmann acaba por sugerir o pensamento ecológico, que consiste em uma
compreensão mais firme da realidade, considerando os sistemas vivos como um
todo a partir de um conjunto de relações.
Bianca Carolina Soares de Melo - 1º ano de Direito - Noturno
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