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segunda-feira, 28 de março de 2016

O Método e a crise de percepção

O Ponto de Mutação, filme dirigido por Bernt Capra, aponta diferentes perspectivas de mundo através do diálogo entre a cientista Sonia Hoffmann, o político Jack Edwards – democrata conservador que fora candidato à presidência dos Estados Unidos – e Thomas Harriman, poeta que auxiliava Edwards em seus discursos.
Ao percorrer uma construção medieval, os personagens questionam e relativizam ideias e ações a respeito de determinados assuntos, principalmente quanto à noção mecanicista do método cartesiano. Essa perspectiva apresenta o universo como um relógio ou como uma máquina qualquer, cujas peças são análogas às “áreas” do conhecimento científico, as quais são estudadas separadamente. Contudo, a máquina só funcionará corretamente com a atuação das peças em conjunto. Evidencia-se, portanto, a crise de percepção e o pensamento de que tudo está conectado.
A exemplo de “conexão”, pode-se destacar o desmatamento da floresta amazônica devido ao avanço da fronteira agrícola, com a finalidade de quitar a dívida externa; ou ainda, a elitização da Medicina, resultado da aplicação de tecnologia de ponta, tornando o serviço mais eficaz, porém menos acessível.
Desse modo, a obra demonstra certa limitação em relação ao método de Descartes e a cientista Hoffmann acaba por sugerir o pensamento ecológico, que consiste em uma compreensão mais firme da realidade, considerando os sistemas vivos como um todo a partir de um conjunto de relações.

Bianca Carolina Soares de Melo - 1º ano de Direito - Noturno

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