As
críticas estabelecidas durante o filme sobre o sistema cartesiano de
racionalizar remete á uma pergunta fundamental: qual seria o ponto de mutação?
Logo no inicio do filme se obtém a resposta, a perspectiva. A visão de
Descartes, mecanicista, é comumente compartilhada por muitos da sociedade, enxerga
a realidade fragmentada que na trama é exemplificada através da comparação com
um relógio, onde é possível desmontar o todo para se analisar pedaço por
pedaço, independentemente, e a partir dessas análises se entende o todo. Está
ai o problema da perspectiva cartesiana, pois ao se ter uma visão fragmentada não
se compreende as relações entre as coisas. O mundo é criado pelas relações,
ambiente, pessoas, objetos, eventos, etc.
Ao
observar isoladamente as questões do mundo, nada se resolve. Tudo está
interligado. É necessário entender a interdependência dos fatos. Uma crítica
contemporânea á essa visão mecanicista fragmentada proposta por Descartes está
no âmbito da educação. O ensino no Brasil é fragmentado e pouco se interligam
até mesmo se são da mesma área. Se ensinadas em conjunto os alunos entenderiam
suas relações e veriam melhor suas funções e aplicações, facilitando o
aprendizado.
Os
três personagens principais do filme, uma cientista, um poeta e um político,
representam diferentes perspectivas, e são também exemplos de interdependência,
afinal, o politico, o econômico e o social coexistem dependentemente, um sem o
outro não existiria. A verdade é que a sociedade capitalista possui uma visão
individualista e baseada na separatividadade dos fatos. Analisando de forma
fragmentada as decisões são cada vez mais individuais e materialistas, por isso
a necessidade da mudança de perspectiva, analisar pelo viés da coletividade, da
interdependência. Assim, problemas como o da educação, do meio ambiente,
sexistas e racistas serão mais bem entendidos e quem sabe até resolvidos.
Lara Dozono - 1° Ano Direito (Noturno)
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