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segunda-feira, 28 de março de 2016

(H)Ora


"'Ora (direis) ouvir estrelas! Certo, perdeste o senso!"'
E eu vos direi que ouço a mim mesmo.
Vos pedirei que olhe em vosso relógio
Confiais no tempo?
Acreditas nele?

Tic

Tac

Tic

Tac

Decerto já olhaste para estrelas
Decerto já vos encantastes com elas
Decerto já fostes criança e desejastes apanhá-las
visitá-las
pular de uma a outra
um caminho de escadas pelo céu
Decerto já chamaste uma de tua (mesmo que secretamente)

Decerto já te encantaste por elas

Tic
Tac
Tic
Tac

Acorda
Bate ponto
Horário de almoço
Pausa para o café
Trânsito
Jantar
8 horas de sono (será?)

Temos Cronos como nosso ditador

Questionas teu ditador? Pergunta-lhe por que 24 horas e não 37?
Pede-lhe mais tempo para família ou pro lazer ou pra ti mesmo?

Férias
Uma brecha no tempo
Vamos parar e olhar as estrelas

É tarde,
      é tarde,
           é tarde até que arde

(Pegue a imagem de um carro andando na estrada. Acelere-a infinitamente. O carro desaparece)

Tic tac
Tic tac

Confia nele?
Te encanta por ele?
Era uma vez um grande Bang
(Confia na Ciência?)
E, com ele, vieram tempo e estrelas.

Infinitas possibilidades nas estrelas, não?
E finito vemos o tempo
Finitas vemos as pessoas
Finito vemos nosso planeta

MAS
Se acreditamos na Ciência, acreditamos que o Universo surgiu de estrelas em colapso
Sabemos que podemos (nós e as estrelas) ser descritos nos elementos N, C, H, Ca, Fe
Como não vemos nosso próprio infinito?

Somos pó de estrelas ("de certo perdeste o senso!")!

Pó de estrelas. Infinitos. Somos um. Com o tempo como nossa única unidade (existimos de determinada forma no mesmo presente).
Pó de estrelas. Que coexistem. Que se rearranjam. Que se descobrem. 

Somos o Universo explorando a si mesmo.

"E eu vos direi: 'Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e entender estrelas'"

Mariana Luvizutti - 1º ano Direito Noturno

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