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segunda-feira, 28 de março de 2016

Ponto de permutação.


Quando Fritjof Capra lançou em 1983 o livro “O Ponto de Mutação”, provavelmente não imaginou (mesmo que tivesse esperanças de que isso ocorresse) que cerca de 20 anos depois, temas como interdisciplinaridade do conhecimento, transversalidade da educação estariam tão em voga.
A obra de Capra, adaptada para o cinema, gira em torno de três personagens-tipo, uma cientista, um poeta e um politico, representações de linhas de pensamento, que debatem sobre soluções dos problemas que cercam o planeta e a humanidade. Através da personagem da Física, o autor defende que o problema está na percepção reducionista-mecanicista, que deveria ser transformada em uma visão sistêmica, identificando as relações de fatos particulares de um sistema levando em consideração o todo.
Pensar nas partes e não no sistema trouxe desdobramentos negativos, mas não é possível desprezar as contribuições que o pensamento mecanicista trouxe ao conhecimento. Apesar disso hoje é muito comum um pensamento que busca uma nova abordagem das ciências de maneira interdisciplinar, com uma percepção da conectividade das relações entre a humanidade e a natureza, um exemplo disso é a observação realizada por Neil deGrasse Tyson, astrofísico norte-americano de grande relevância e evidência: “... quando eu olho para o céu à noite, eu sei que, sim somos partes deste Universo, estamos neste Universo. Mas, talvez mais importante [...] é que o Universo está em nós. [...] meus átomos vieram dessas estrelas. Há um nível de conectividade ”.



Fritjof Capra defendeu uma solução em sua obra, e hoje conseguimos ver que essa percepção é compartilha por pensadores de diversas áreas, no entanto o mérito do filme não está na apresentação de uma perspectiva que soluciona os problemas apresentados durante o longa metragem, e sim em mostrar como se faz necessário, em conjunto com a evolução das ciências, a mudança da perspectiva pela qual esse conhecimento é abordado e consequente como será utilizado em suas relações com a humanidade e o planeta. 
O interessante do embate de ideias entre os personagens é que na busca em alterar as ideias do próximo, as partes envolvidas, viram seu pensamento ser mudado, os personagens contribuíram com seus colegas como se trocassem pedaços entre si, não se tratando apenas de um ponto de mutação ou da mutação de um ponto de vista e sim de uma permutação, que tem mostrado ser o caminho mais eficiente para a evolução.
Augusto César de Oliveira - 1º ano - Direito - Noturno.

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