A preponderância do individualismo em nossa sociedade serve à ordem de exploração do homem sobre o homem. Para se assegurar as estruturas desse sistema baseada na opressão entre os membros da família humana, é fundamental que se fragmente as relações entre os mesmos e as substitua pelas relações materiais - solidariedade, afetividade e compaixão, portanto, são conceitos revolucionários, uma vez que atacam diretamente essa ordem.
O filme "O Ponto de Mutação", do diretor austríaco Bernt Capra, questiona a mentalidade individualista da nossa sociedade enquanto faz uma aberta crítica ao modelo de pensamento newtoniano-cartesiano, que sobrepõe a razão a todas as formas de interpretação da realidade social. Tal método, revolucionário em seu tempo, falha ao tentar enquadrar as relações humanas em regras exatas e matemática.
A compreensão dos mecanismos de funcionamento da nossa sociedade é complexa por excelência e não pode ser enxergada sobre qualquer norma exata. Os interesses dos homens são volúveis e incertos - não há regra para o comportamento humano ou de suas civilizações. O mais longe que podemos chegar é apontar, como Marx, que, desde o surgimento da propriedade privada, os processos sociais tiveram como norte os interesses materiais.
A desconstrução da mentalidade individualista, bem como a interpretação sensível da realidade, nos conduz a uma caminho apenas: a revolução da nossa estrutura social.
Guilherme da Costa Aguiar Cortez - 1º semestre de Direito (matutino)
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