O texto-base “Solidariedade mecânica ou por similitudes”
de Émile Durkheim traz inúmeras reflexões e conceitos. Uma delas é a ideia de solidariedade
mecânica. A solidariedade, de modo geral, só funciona quando as várias partes
da sociedade trabalham em conjunto e em prol de um objetivo comum. A solidariedade
mecânica, por sua vez, é típica de sociedades primitivas, sem uma grande
diferenciação social. Enquanto a orgânica é típica de sociedade moderna, pós-industrial,
marcada por um forte racionalismo que aumenta a diversidade e a diferenciação
social e de tarefas.
Um aspecto interessante
levantado pelo autor é a ideia de que um “ato criminoso é quando ofende a consciência
coletiva.” Isso pode ser visto de várias formas nos dias que correm. Por
exemplo, é inaceitável na cabeça humana atual a ocorrência do incesto ou do
canibalismo. Tais atitudes, por mais que já tenham sido clássicas de uma
sociedade mais primitiva hoje em dia é vista de uma forma muito negativa. Um
outro exemplo, é o caso Geisy Arruda, então estudante da Uniban, que foi
rechaçada pela faculdade inteira por vestir um mini-vestido rosa. Nesse caso,
era inaceitável para aquelas pessoas, ainda mais sobre a ótica cristã-católica,
que alguém se portasse daquele jeito em um espaço acadêmico.
Sobre outro
prisma, podemos perceber que o que há na sociedade atual é um racionalismo
inconcluso. Parece irônico que a mesma sociedade da globalização, da tecnologia,
do meio técnico-cientifico-informacional é a mesma sociedade composta por
tantos preconceitos e dogmatismo. Por exemplo, muitos não aceitam a união
homoafetiva afirmando que Deus criou Adão e Eva. Muitos não aceitam o modo diferente
de ser, falar, agir e pensar do outro. E isso não está presente apenas no
âmbito das classes menos favorecidas, mas até mesmo dentro de um espaço acadêmico
composto por uma sociedade mais letrada há um preconceito e um primitivismo tão
grande que distorcem daquilo que se esperava de uma sociedade tão “desenvolvida”
e complexa como a que vivemos.
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