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domingo, 26 de agosto de 2012

Racionalismo inconcluso


O texto-base “Solidariedade mecânica ou por similitudes” de Émile Durkheim traz inúmeras reflexões e conceitos.  Uma delas é a ideia de solidariedade mecânica. A solidariedade, de modo geral, só funciona quando as várias partes da sociedade trabalham em conjunto e em prol de um objetivo comum. A solidariedade mecânica, por sua vez, é típica de sociedades primitivas, sem uma grande diferenciação social. Enquanto a orgânica é típica de sociedade moderna, pós-industrial, marcada por um forte racionalismo que aumenta a diversidade e a diferenciação social e de tarefas.
Um aspecto interessante levantado pelo autor é a ideia de que um “ato criminoso é quando ofende a consciência coletiva.” Isso pode ser visto de várias formas nos dias que correm. Por exemplo, é inaceitável na cabeça humana atual a ocorrência do incesto ou do canibalismo. Tais atitudes, por mais que já tenham sido clássicas de uma sociedade mais primitiva hoje em dia é vista de uma forma muito negativa. Um outro exemplo, é o caso Geisy Arruda, então estudante da Uniban, que foi rechaçada pela faculdade inteira por vestir um mini-vestido rosa. Nesse caso, era inaceitável para aquelas pessoas, ainda mais sobre a ótica cristã-católica, que alguém se portasse daquele jeito em um espaço acadêmico.
Sobre outro prisma, podemos perceber que o que há na sociedade atual é um racionalismo inconcluso. Parece irônico que a mesma sociedade da globalização, da tecnologia, do meio técnico-cientifico-informacional é a mesma sociedade composta por tantos preconceitos e dogmatismo. Por exemplo, muitos não aceitam a união homoafetiva afirmando que Deus criou Adão e Eva. Muitos não aceitam o modo diferente de ser, falar, agir e pensar do outro. E isso não está presente apenas no âmbito das classes menos favorecidas, mas até mesmo dentro de um espaço acadêmico composto por uma sociedade mais letrada há um preconceito e um primitivismo tão grande que distorcem daquilo que se esperava de uma sociedade tão “desenvolvida” e complexa como a que vivemos.  

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