Para julgar, antes há necessidade de existirem convenções sociais. Elas que determinam o que ofende a moral geral de um grupo de pessoas. É comum partir da consciência coletiva o conceito de crime, por exemplo. Durkheim constroi teses sobre seu estudo desse senso comum que envolvem conceitos como solidariedade mecânica e solidariedade orgânica.
O que mais desperta interesse e sensação de revolta na população é algum tipo de ação taxada como atrocidade ou cruel, que fere algum princípio comum. Casos como estupros ou violência contra crianças e idosos costumam surtir esse efeito. É nessa hora que o sistema punitivo é questionado e que a mídia sensacionalista se aproveita para ganhar espaço.
Esse é um momento em que brota a solidariedade mecânica. As pessoas se compadecem automaticamente de forma intensa, impulsionadas pela impressão geral e concordando com ela. A solidariedade orgânica também tem o mesmo sentido. Os dois conceitos são separados por uma questão temporal, apenas. A mecânica se aplicaria às sociedades pré-modernas e, a orgânica, às pós-modernas.
Crime é o que fere a consciência coletiva. Sua unidade de efeito vem das percepções individuais sobrepostas pelo senso comum de uma época. É fácil concluir então, que uma maioria se torna formadora de opiniões que têm força de verdades absolutas.
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