Auguste
Comte ficou conhecido por fundar a teoria positivista em seu livro
“Curso
de Filosofia Positiva”. A
partir deste conceito a sociologia
surge efetivamente como ciência, ou ‘física social’ como é
relatado
em seu texto. Tem como base
a ideia do progresso teleológico,
que
só é
alcançado através da passagem de uma sociedade teológica para uma
sociedade positiva
(único
conhecimento verdadeiro),
com intermédio da etapa metafísica.
Enquanto
o estado teológico buscava responder as questões por fenômenos
sobrenaturais, a filosofia positivista busca conhecer as causas dos
fenômenos através do experimentalismo científico, e nesse momento
a humanidade chega em seu estado mais desenvolvido. Para Comte as
únicas ciências que ainda utilizam do método metafísico ou
teológico são os fenômenos sociais, e assim ele cria a física
social, que nada mais é do que o estudo dos fenômenos sociais
através da observação científica.
A
física
social
compreende
da sociedade a partir de uma realidade de estática
e dinâmica:
a
primeira são os pilares da natureza humana, e nunca devem ser
alterados,
como a família, religião, trabalho; já
a dinâmica é o progresso que permite o mantimento das instituições
base e garante a evolução científica.
A
corrente
filosófica
em questão se espalha
pela Europa durante
a segunda metade do século
XIX, e já no século XX as ideias de Comte são propagadas
por inúmeros
pensadores Brasileiros.
Dentre eles Olavo
de Carvalho,
um pensador brasileiro em ascensão que apoia
suas teorias em
conceitos positivistas.
Em seu livro O
Imbecil
Coletivo
fica claro as
questões conservadoras,
os ideais de progresso e o experimentalismo.
No
capítulo ‘Mentiras Gays’, Olavo, através de uma teoria
experimentalista mostra
sua visão acerca da comunidade LGBT. Ele defende que a conduta
homossexual não é tão digna de respeito quanto a heterossexual,
uma vez que a heterossexualidade está relacionada a propagação da
espécie, já a homossexualidade é somente uma preferência.
E través dessa linha de raciocínio afirma que o preconceito contra
essa comunidade é somente um exercício de liberdade de consciência,
e não deve ser repudiado.
Mesmo
que um texto extremamente preconceituoso, Olavo de Carvalho usa da
mesma ideia da física
social criada por Comte,
refutando
todo
discurso
contrario
através
de argumentos científicos
para provar sua tese. Também
fica evidente no texto o conceito de estática.
A família, por ser um dos pilares da natureza humana, em detrimento
do progresso deve
ser mantida,
sendo assim, a homoafetividade, por fugir dos padrões
da tradicionalidade,
não é digna de direitos, pois estes seriam privilégios.
Infelizmente,
a teoria apresentada por Olavo de Carvalho é repleta de preconceitos
e não leva em consideração as violências sofridas por esse grupo
social. Portanto é possível ver os perigos da filosofia comtiana.
Se levada a letra pode rebaixar grupos sociais com maior
vulnerabilidade, gerando ódio social ao diferente.
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