Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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segunda-feira, 22 de abril de 2019
Quem será o Real Mentiroso ?
O cenário hodierno tem sido abalado com a insurgência de movimentos pseudo-científicos, percebe-se um aumento de iniciativas que deturpam os fatos concretos sob o véu de uma falsa verdade. Seja devido a facilidade com que informações se espalham atualmente ou a condensação do conhecimento que sofremos, independente da causa um cientificismo às avessas - dado que o comprometimento com a verdade inexiste- tem ganhado forças ao redor do mundo. Tendo isso em vista, pôde-se traçar um paralelo com a situação brasileira. O país passa por uma crise política e ,portanto, se verificam inúmeras discussões, principalmente a nível virtual. Nesse entremeio surge um “guru da verdade”, autointitulado filósofo: Olavo de Carvalho. O escritor sob a prerrogativa de usar da razão absoluta vem assassinando as bases do pensamento científico, o suficiente para fazer com que autores como Descartes, Bacon e Comte - esses verdadeiros filósofos - se revirem em seus túmulos. Assim como descrito anteriormente embora as iniciativas a exemplo do movimento olavista se proclamem defensoras da verdade, sua estrutura advém de falsas prerrogativas. É um absurdo comparar a linha de pensamento Positivista e estudos predecessores com as inverdades de obras como o “Imbecil Coletivo” de Olavo de Carvalho. Visto que embora o cientificismo não caiba em uma sociedade tão dinâmica e plural como a contemporânea, a física social era baseada em experimentações e comprometimento com a verdade acima de tudo, ao contrário da obra supracitada. Dito isso, a incoerência da obra olavista é evidente ao se analisar o texto “Mentiras Gays”, a primeira atrocidade é perceptível com a menção de uma série de fatos históricos que não aconteceram e o estabelecimento de supostos mitos sociais que não condizem com a real situação brasileira. Se o intuito do livro de Olavo de Carvalho era combater as ignorâncias do imaginário coletivo o mínimo que se requereria era o uso de fontes históricas factuais.Ademais, analisando somente a estrutura do texto ( sem nem entrar no âmbito valorativo desprezível ali defendido) são observadas vários outras problemáticas: conceitos psicológicos errôneos, sofismas e generalizações. Dessa maneira, é importante enfatizar que o Positivismo fora infeliz em tentar definir regras estáticas para o estudo social, mas a organização das matérias sociológicas bem como o compromisso com a verdade foram fundamentais para o advento da ciência social; da sociologia. Ao contrário do Olavismo que mancha o nome da ciência, usando-a para encobrir pensamentos fajutos que nada tem haver com a verdade. Por fim, Olavo de Carvalho frequentemente usa da frase “ contra fatos não há argumentos”, contudo Francis Bacon defendia que algo só poderia ser considerado ciência se passível de dúvida e argumentação. Conclui-se então que não há ciência ou se quer positivismo no pensamento olavista. O que se tem são mentiras e preconceitos, disfarçados em frases de efeito. Jaqueline Sayuri Marcola Abe - 1º ano Direito Matutino
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