De um lado, “O homossexualismo é uma opção; a heterossexualidade é um fato.”, palavras de Olavo de Carvalho em seu livro “O Imbecil Coletivo”, especificamente, em seu capítulo “Mentiras Gays”. Do outro, “real, útil, certo e preciso” tão atraente ao Positivismo- uma filosofia que busca encontrar e trabalhar a objetividade no mundo que, por sua vez, é um complexo humano subjetivo. Desenvolver o pensamento de Olavo de Carvalho é também desenvolver a corrente a qual se situa- em termos perfunctórios-, o positivismo.
A intenção de Olavo de Carvalho em “Mentiras Gays” é desmitificar as, segundo ele, desonestidades contadas pelos homossexuais. Seus pensamentos, tangendo fortemente em lidar não apenas com a população homoafetiva e sim com a comunidade LGBT+, argumentam como a figura do “gay sempre caridoso e inteligente” é uma imagem criada e não real, e se o direito à exteriorização do desejo é aceita, a manifestação da aversão também é um direito- contradizendo a ideia de definir todos os contrários como preconceituosos.
No discorrer de Olavo de Carvalho, concretizar os tão almejados direitos especiais requeridos pelas vozes homoafetivas, representarias a estas uma condição especial perante o resto da população, sendo assim, devem ser lhes garantidos os direitos humanos, como a qualquer outra pessoa. Pregar e ressalvar o respeito como ser humano aos membros da comunidade LGBT+, não exige, por exemplo, a exposição de crianças as ideias homoafetivas, ação que resultaria em um desvio do conceito positivista de ordem.
Em tempos regidos, ao menos teoricamente, pelos princípios da liberdade de expressão, a opinião de Olavo de Carvalho caracteriza as correntes contrárias as quais devem ser reconhecidas como existentes e, não, necessariamente, aceitas como veras ou de boa-fé. Ademais, quanto ao fato de o autor usar das palavras “homossexualismo” - termo não usado no momento presente- como sinônimo para “homossexualidade” deve ser considerado que até a década de 1990, a própria Organização da Nações Unidas tratava a homossexualidade como doença, justificando assim o sufixo “ismo” e a obra em questão foi publicada em 1996.
Amanda Cristina da Silva
1º Direito (noturno)
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