A presença do positivismo nos textos de Olavo de Carvalho, pensador
e ensaísta brasileiro, é clara e vista através da sua objetividade e ideologia
de progresso, onde, pelo conservadorismo, tende a preferenciar o bem-estar da
sociedade. Porém, em seus versos, fatores como falta de empatia e respeito
deste pelas minorias, em especial a comunidade LGBTQ, também são observados.
O positivismo, corrente ideológica francesa do século XIX, fundada por Auguste Comte, tem por base, um método único, que conta com a
observação e, posteriormente, a criação de leis gerais e imutáveis para o
estudo das ciências, além disso, leva como finalidade, a ordem e o progresso da
sociedade.
O conceito de lógica, fundamental no positivismo, por esta ser necessária ao pensamento, é debatida por Olavo acerca das relações
homossexuais, já que estas não tem a reprodução da espécie como fim, ou seja,
não são úteis frente à sociedade e nem visam o progresso dessa,
consequentemente, não são relações lógicas. Já as relações heterossexuais, para
tal autor, são condições de sobrevivência da espécie, já que apenas através
dela, direta ou indiretamente (nos casos de inseminação artificial, por
exemplo), é possível que a sociedade continue.
Além disso, Olavo muito critica as problemáticas da
comunidade LGBTQ, que levam como tema sua sobrevivência e sua
representatividade, como a questão da marginalização, da perseguição ou da
suposta “superioridade intelectual gay” e as taxa apenas como mitos, uma vez
que a hegemonia dos héteros é justa em sua opinião e portanto, direitos
específicos para essa parcela da população não deviam existir.
Em nome da ordem da sociedade, debates sobre ideologia de
gênero são criticados pelo pensador, para ele, não são adequados para crianças
e apenas estimulariam as experiências homossexuais nestas, uma vez que as
experiências heterossexuais necessitam de uma idade mínima para serem
executadas. Além disso, segundo o autor, tais debates estimulariam até mesmo a
prática de pedofilia, por causa da inexistência de possibilidade de gravidez e
assim, a tênue responsabilidade civil. Por isso, a prática da
heterossexualidade deveria ser estimulada nas crianças, garantindo assim, a
harmonia na sociedade.
O preconceito está enraizado em seus conceitos e através de
elementos positivistas, Olavo fundamenta a falta de empatia já citada
anteriormente. Por isso, uma verdadeira evolução dos pensamentos e da sociedade
é necessária, visando a igualdade material, além da formal, para que então,
todos, independente de suas opções sexuais, raça, gênero ou condição econômica,
possam gozar dos mesmos direitos e deveres, não havendo superiores e inferiores,
mas apenas, indivíduos iguais.
Eduarda Queiroz Fonte, matutino.
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