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domingo, 21 de abril de 2019

Olavo de Carvalho, auto-intitulado filósofo, explora em seu livro “O Imbecil Coletivo” a
homossexualidade em um viés positivista, no capítulo nomeado “Mentiras gays”. O autor
afirma que apenas a heterossexualidade é plenamente normal no âmbito social, visto que
todas as relações dos indivíduos são, de alguma forma, heterossexuais; cita que o
nascimento, por exemplo, é fruto de uma relação heterossexual, mesmo que essa seja
realizada in vitro.
Além de não ser considerada “normal”, Olavo declara que também concebe uma doença,
ao utilizar a nomenclatura “homossexualismo”. Assim, afirma que a designação de “opção
sexual” é errônea, uma vez que a atração pelo mesmo sexo é uma questão de gosto, e,
portanto, nunca pauta relações essenciais para o funcionamento da sociedade – enquanto
sem os héteros haveria extinção da espécie, a não existência dos gays implicaria apenas na
insatisfação de determinados grupos.
Como seu trabalho é pautado na filosofia positivista, a manutenção da ordem para que se
atinja o progresso é observada na sua argumentação. A alegação de que, independente do
“gosto” pessoal, o indivíduo não deve ser impedido de trabalhar implica a necessidade do
funcionamento social. Ademais, apesar de ser uma anomalia, os direitos dos indivíduos
devem ser preservados, mas não devem ser dados benefícios específicos, pois implicaria
no privilégio desse grupo seleto.
Assim, Olavo admite que, embora a homossexualidade não seja normal, deve ser aceita e
tolerada dentro do possível – desde que não sejam cometidos delitos – para que a
sociedade consiga permanecer no seu funcionamento íntegro, garantindo o
desenvolvimento.


Natalia Minotti - Direito matutino

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