O Positivismo foi uma
corrente filosófica fomentada no século XIX por Auguste Comte (1798-1857), a
qual consistia no estudo das ciências humanas a fim de colaborar para o
progresso científico, fazendo com que indivíduos obtivessem uma nova forma de
pensar progressivamente visto o contexto de Revolução Industrial. Essa
ideologia consiste na formação de uma sociedade positiva através da concepção
de que a natureza se sobrepõe às ações humanas, ou seja, existe uma ordem
natural para o estudo de comportamentos humanos, a qual seria uma forma de
estudar cientificamente a sociedade.
Concomitantemente, o
historiador contemporâneo Olavo de Carvalho em sua obra “O Imbecil Coletivo”
(1996) critica o intelectualismo na contemporaneidade brasileira em que, para
ele, distorceu fatos científicos graças aos novos intelectuais que
“imbecializaram uns aos outros” e geraram o “imbecil coletivo”, gerando um
retrocesso intelectual. Nota-se como exemplo do filósofo o capítulo de seu
livro denominado como “Mentiras Gays”,
em que o autor demonstra supostas falácias ditas por homossexuais afim desta
comunidade conquistar direitos além do que necessitam, segundo o autor. Para
ele, os direitos aos homossexuais devem ser os mesmos direitos dados a qualquer
outro ser humano, já que aqueles querem ser tratados em igualdade. Sendo assim,
algumas das “mentiras” da comunidade apontadas pelo escritor é a de que esta é
inferiorizada, discriminada e injustiçada. Entretanto, Olavo “desmente” essa
falácia com o argumento de que grandes opressores da História eram gays ou
tinham, no mínimo, atração por pessoas do mesmo sexo, como os tiranos Calígula
e Mao Tsé-Tung. Ademais, Olavo também acusa o fato de que a homossexualidade
não se trata de uma condição inerente ao ser humano, mas sim de uma opção, pois
a heterossexualidade se limita à necessidade natural do ser humano de
reprodução e, consequentemente, sobrevivência, enquanto a homossexualidade não
passa de um desejo. Dessa forma, de forma positivista o autor analisa tal
situação como problemática, pois a natureza sobrepõe as ações humanas e, sendo
tais ações homossexuais divergentes da ordem natural, estas são errôneas.
Consoante, o filósofo determina “O
homossexualismo é uma opção; a heterossexualidade é um dado. [...] A prioridade
determina a hierarquia. Querer nivelar essas duas coisas é um delírio infantil
de onipotência.” (página 236, L: 3 ; 10).
A luz dos pontos
citados, pode-se concluir que Olavo de Carvalho segue uma visão positivista,
hierarquizada e crítica ao intelectualismo contemporâneo que, para o autor, foi
“imbecializado” com mentiras coletivas.
Giovana Silva Francisco - 1º Direito - NOTURNO
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