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domingo, 21 de abril de 2019

A "imbecialização" do intelectualismo contemporâneo


O Positivismo foi uma corrente filosófica fomentada no século XIX por Auguste Comte (1798-1857), a qual consistia no estudo das ciências humanas a fim de colaborar para o progresso científico, fazendo com que indivíduos obtivessem uma nova forma de pensar progressivamente visto o contexto de Revolução Industrial. Essa ideologia consiste na formação de uma sociedade positiva através da concepção de que a natureza se sobrepõe às ações humanas, ou seja, existe uma ordem natural para o estudo de comportamentos humanos, a qual seria uma forma de estudar cientificamente a sociedade.
Concomitantemente, o historiador contemporâneo Olavo de Carvalho em sua obra “O Imbecil Coletivo” (1996) critica o intelectualismo na contemporaneidade brasileira em que, para ele, distorceu fatos científicos graças aos novos intelectuais que “imbecializaram uns aos outros” e geraram o “imbecil coletivo”, gerando um retrocesso intelectual. Nota-se como exemplo do filósofo o capítulo de seu livro denominado como “Mentiras Gays”, em que o autor demonstra supostas falácias ditas por homossexuais afim desta comunidade conquistar direitos além do que necessitam, segundo o autor. Para ele, os direitos aos homossexuais devem ser os mesmos direitos dados a qualquer outro ser humano, já que aqueles querem ser tratados em igualdade. Sendo assim, algumas das “mentiras” da comunidade apontadas pelo escritor é a de que esta é inferiorizada, discriminada e injustiçada. Entretanto, Olavo “desmente” essa falácia com o argumento de que grandes opressores da História eram gays ou tinham, no mínimo, atração por pessoas do mesmo sexo, como os tiranos Calígula e Mao Tsé-Tung. Ademais, Olavo também acusa o fato de que a homossexualidade não se trata de uma condição inerente ao ser humano, mas sim de uma opção, pois a heterossexualidade se limita à necessidade natural do ser humano de reprodução e, consequentemente, sobrevivência, enquanto a homossexualidade não passa de um desejo. Dessa forma, de forma positivista o autor analisa tal situação como problemática, pois a natureza sobrepõe as ações humanas e, sendo tais ações homossexuais divergentes da ordem natural, estas são errôneas. Consoante, o filósofo determina “O homossexualismo é uma opção; a heterossexualidade é um dado. [...] A prioridade determina a hierarquia. Querer nivelar essas duas coisas é um delírio infantil de onipotência.” (página 236, L: 3 ; 10).
A luz dos pontos citados, pode-se concluir que Olavo de Carvalho segue uma visão positivista, hierarquizada e crítica ao intelectualismo contemporâneo que, para o autor, foi “imbecializado” com mentiras coletivas.

Giovana Silva Francisco - 1º Direito - NOTURNO

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